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Ondas de calor e suor noturno durante a menopausa podem estar ligados à saúde cerebral?

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Fonte

Academia Americana de Neurologia

Data

segunda-feira, 17 outubro 2022 11:35

Áreas

Biologia. Imagens Médicas. Medicina. Neurociências. Psiquiatria. Saúde da Mulher.

As mulheres que experimentam mais ondas de calor e suores noturnos durante a menopausa podem ter mais de um biomarcador cerebral chamado ‘hiperintensidades da substância branca’, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Neurology, a revista médica da Academia Americana de Neurologia.

As hiperintensidades da substância branca são pequenas lesões visíveis em exames cerebrais que se tornam mais comuns com a idade ou com a hipertensão descontrolada. Esses biomarcadores cerebrais foram associados em alguns estudos a um risco aumentado de acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer e declínio cognitivo.

“Pesquisas anteriores mostraram que a transição da menopausa está associada a uma piora da saúde cardiovascular das mulheres”, disse a Dra. Rebecca C. Thurston, primeira autora do artigo e professora da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. “A menopausa também é cada vez mais reconhecida como uma transição importante para a saúde cerebral das mulheres. Nosso estudo analisou especificamente os sintomas comuns da menopausa, ondas de calor e suores noturnos e como eles estão relacionados às hiperintensidades da substância branca no cérebro”.

O estudo envolveu 226 mulheres com idade média de 59 anos que não faziam uso de terapia hormonal. As mulheres tiveram uma média de cinco ondas de calor ou suores noturnos durante um período de 24 horas, aproximadamente três ondas de calor quando estavam acordadas e dois suores noturnos durante o sono.

Os pesquisadores monitoraram as participantes por três dias. Nas primeiras 24 horas, os participantes usaram um dispositivo que monitora ondas de calor e suores noturnos através da temperatura da pele. Durante três dias, elas relataram suas ondas de calor e suores noturnos em um diário eletrônico. As participantes também usavam um dispositivo no pulso que monitorava o sono e completava um ‘diário do sono’. Após o período de três dias, ass participantes completaram exames de sangue e exames cerebrais para medir hiperintensidades da substância branca em seis regiões do cérebro.

Após o ajuste para idade e fatores de risco vascular, como hipertensão e diabetes, os pesquisadores descobriram associações entre ondas de calor ou suores noturnos e hiperintensidades da substância branca. Eles descobriram que, com cada suor noturno adicional, havia um aumento de aproximadamente 6% na quantidade de hiperintensidades da substância branca no cérebro.

Ondas de calor e suores noturnos foram mais ligados às hiperintensidades da substância branca no lobo frontal do cérebro, a área responsável pelo movimento voluntário, linguagem expressiva e capacidade de planejar e organizar.

“Esses resultados questionam a percepção comum de que ondas de calor e suores noturnos são sintomas benignos que não têm muita importância no atendimento médico das mulheres e ressaltam as possíveis ligações desses sintomas à saúde do cérebro. As ondas de calor têm o potencial de servir como um marcador de meia-idade da saúde do cérebro em mulheres, o que pode ajudar a identificar mulheres com maior probabilidade de ter problemas de saúde cerebral à medida que envelhecem”, explicou a professora Rebecca Thurston.

Uma limitação do estudo diz respeito ao fato de que a maioria das participantes é branca. A professora Thurston disse que pesquisas futuras devem incluir mais mulheres de outros grupos raciais e étnicos.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Associação Americana de Neurologia (em inglês).

Fonte: Associação Americana de Neurologia. Imagem: Freepik.

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