Notícia
Óleo de peixe previne prejuízos de dieta rica em gordura
Testes em camundongos mostraram efetividade do óleo de peixe
Divulgação
A suplementação com óleo de peixe – rico em ácidos graxos da família ômega 3 – pode ajudar a prevenir problemas de saúde induzidos por uma dieta rica em gordura, entre eles diabetes e dislipidemia.
A conclusão é de um estudo feito com camundongos na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os resultados da pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram divulgados no The Journal of Physiology.
“Importante ressaltar que nosso modelo foi de prevenção, pois iniciamos a suplementação quando os animais estavam sadios. Atualmente, estamos investigando o efeito do óleo de peixe em animais já obesos e os resultados parecem ser diferentes”, contou a Profa. Dra. Maria Isabel Cardoso Alonso-Vale, Departamento de Ciências Biológicas da Unifesp.
Os experimentos foram conduzidos durante o mestrado e o doutorado de Roberta Dourado Cavalcante da Cunha de Sá, sob orientação da Dra. Maria Isabel.
Os animais foram suplementados com óleo de peixe ao longo de 12 semanas. A partir da quarta, passaram a receber uma dieta considerada hiperlipídica: com 59% de gordura, contra 9% da dieta ingerida pelo grupo-controle.
“Os animais recebiam dois gramas de óleo de peixe por quilo corporal, três vezes por semana. Cada grama do óleo usado no estudo tem 540 miligramas de EPA (ácido eicosapentaenoico) e 100 miligramas de DHA (ácido docosahexaenoico). A proporção desses ácidos graxos poli-insaturados deve ser considerada para a obtenção do resultado”, comentou a Dra. Maria Isabel.
De acordo com dados da literatura científica, o EPA tem ação anti-inflamatória no organismo, induzindo a produção de substâncias conhecidas como prostaglandinas E3. Já o DHA é conhecido por sua ação antioxidante.
Resultados
No final das 12 semanas, o peso dos camundongos que receberam a dieta hiperlipídica e não foram suplementados havia aumentado em média 12 vezes. Além disso, os animais apresentavam intolerância à glicose, resistência à insulina, aumento nas taxas de glicemia e insulinemia de jejum e aumento nos níveis de colesterol total e de LDL (lipoproteína de baixa densidade, conhecida como “colesterol ruim”). Para piorar, os roedores obesos estavam comendo mais do que os outros animais e gastando um porcentual menor da energia ingerida.
Já no grupo que recebeu o óleo de peixe antes e durante o período de dieta hiperlipídica, o peso aumentou em média oito vezes – 30% menos – e não foram observadas alterações no metabolismo de glicose ou dislipidemia.
Leia a reportagem completa da Agência Fapesp.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Fonte: Karina Toledo, Agência Fapesp. Imagem: Divulgação.
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