Notícia
Ocupação excessiva de leitos em hospitais pode aumentar mortalidade
Taxa de mortalidade nos hospitais pode aumentar significativamente antes que a capacidade total seja atingida
Shutterstock
Fonte
Universidade de Basileia
Data
quinta-feira, 12 janeiro 2023 14:00
Áreas
Enfermagem. Engenharia Clínica. Gestão da Saúde. Gestão Hospitalar. Medicina. Medicina Intensiva. Políticas Públicas. Saúde Pública.
Pesquisadores há muito suspeitam de uma ligação entre ocupação de leitos e mortalidade em hospitais. Agora, um novo estudo da Universidade de Basileia, na Suíça, demonstrou essa preocupação.
Desde o início da pandemia de coronavírus, os números relacionados à ocupação de leitos em hospitais estão constantemente na mídia. A princípio, pode-se pensar que, desde que haja leitos livres, não há problemas. Mas o estudo da Universidade de Basileia liderado pelo Dr. Michael Simon mostrou que, em alguns casos, a taxa de mortalidade nos hospitais pode aumentar significativamente antes que a capacidade total seja atingida. O professor Simon é professor do Departamento de Enfermagem da Universidade de Basileia.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 1,1 milhão de casos de internação em 102 hospitais suíços, a fim de investigar a relação entre a ocupação de leitos e a taxa de mortalidade em 14 dias nos hospitais. Em outras palavras, os casos foram observados até a marca de 14 dias, a menos que recebessem alta antes.
A relação entre ocupação dos leitos e mortalidade é complexa. Além da ocupação dos leitos, é importante considerar outros fatores, como transferências de pacientes nos hospitais, gravidade média dos casos internados no respectivo dia e risco individual de óbito dos pacientes. Outras variáveis incluem comorbidades, idade e sexo dos pacientes. Também foi levada em consideração a diferença entre dias úteis e finais de semana e o tipo de hospital.
Limiar significativamente mais baixo em hospitais pequenos
O limite de utilização da capacidade acima do qual aumenta o risco de mortalidade é diferente em cada hospital. Se um paciente for exposto à ocupação do leito acima desse limiar, o risco de morte aumenta em cerca de 2% ao dia. No caso de dois ou três dias adicionais com utilização excessiva da capacidade, há um aumento de 3,2% ou 4,9%, respectivamente, na probabilidade de mortalidade em 14 dias no hospital. O limite para as instalações individuais variou entre 42,1% e 95,9% de ocupação de leitos.
Essas diferenças consideráveis têm um impacto decisivo no limiar: quanto maior a ocupação média de leitos em um hospital, maior o limiar. No caso dos hospitais de pequeno porte, a ocupação média gira em torno de 60%, enquanto nos hospitais de grande porte esse número sobe para 90%. Com uma ocupação média mais baixa, podem ocorrer variações maiores – e essas variações na ocupação dos leitos resultam em um limiar mais baixo para o aumento da mortalidade. Consequentemente, esse limite também é alcançado mais rapidamente.
As razões para o aumento da mortalidade em caso de maior ocupação incluem o fato de alguns tratamentos não poderem mais ser realizados ou serem adiados. Além disso, o número de médicos e enfermeiros permanece relativamente estável, apesar dessas grandes variações.
Concentração é a chave
Segundo o professor Simon, o problema pode ser resolvido reduzindo as variações de ocupação e garantindo que os hospitais tenham pessoal adequado. Acima de tudo, ele acredita que a solução está no nível político: “É difícil operar muitas unidades pequenas com eficiência. Reunir hospitais ou garantir uma colaboração mais próxima entre eles leva a menos variações e, portanto, a menos riscos”.
Os resultados foram publicados na revista científica BMC Health Services Research.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Basileia (em inglês).
Fonte: Cornelia Niggli, Universidade de Basileia. Imagem: Shutterstock.
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