Notícia
Ocorrência de eventos adversos após vacinação
Abcesso subcutâneo quente após BCG foi o caso mais relatado em estudo
Getty Images
Fonte
Revista Brasileira de Enfermagem
Data
sábado, 11 março 2017 17:00
Áreas
Enfermagem. Imunologia. Saúde Pública.
A vacinação é uma das ações de saúde pública que tem contribuído para a redução da incidência das doenças imunopreveníveis no Brasil. No entanto, com o aumento dos tipos de imunobiológicos disponíveis na rede pública de saúde e do número de doses administradas, houve uma elevação na ocorrência de eventos adversos pós-vacinação (EAPV), que estão relacionados com a segurança dos imunobiológicos.
EAPV é qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação, que não possui, necessariamente, uma relação causal com o uso de vacina (imunobiológicos em geral). Pode ser qualquer evento indesejável, ou não intencional ou um achado laboratorial anormal, sintoma ou doença.
O uso de vacina inclui todos os processos após a sua produção: armazenamento, manipulação, prescrição e administração. O erro de imunização é um erro de medicação, conceituado como qualquer evento evitável que pode causar ou levar a um uso inapropriado de medicamentos (entre estes, todos os imunobiológicos) ou causar dano a um paciente enquanto o produto está sob o controle de profissionais de saúde, pacientes ou consumidores. Pode estar relacionado à prática profissional, ao uso de produtos para a saúde ou a procedimentos e sistemas, com possibilidade de acontecer se as normas e técnicas não forem cumpridas, resultando, ou não, em um evento adverso.
A preocupação com os erros de imunização envolve não somente os danos que poderão causar ao paciente, mas também o impacto negativo na confiança da população na vacinação, que influencia no seguimento do esquema vacinal e, consequentemente, na redução das coberturas vacinais, o que pode colocar em risco o controle das doenças imunopreveníveis.
A enfermeiras Lúcia Helena Linheira Bisetto e a Profa. Dra. Suely Itsuko Ciosak, da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP) publicaram um estudo na edição de fevereiro de 2017 da Revista Brasileira de Enfermagem que analisou a ocorrência de EAPV decorrente de erro de imunização, no Paraná, de 2003 a 2013. A pesquisa foi retrospectiva e os dados obtidos do Sistema de Informação do EAPV(SIEAPV) do Paraná no período estabelecido para o estudo.
Os resultados mostraram um total de 7.368 registros de EAPV, sendo 604 destes (8,2%) oriundos do estado do Paraná, com a proporção de 51,8% do sexo feminino e 48,2% do masculino. Entre os EAPVs mais frequentes em ordem decrescente, foram relatados:
- Abscesso subcutâneo quente (40,7%);
- Abscesso subcutâneo frio (29,3%);
- Linfoadenopatia regional supurada (15,7%);
- Linfoadenopatia regional não supurada superior a 3cm (8,4%) e
- Úlcera maior que 1 cm (5,8%).
A vacina com maior incidência de EAPV foi a Bacilo Calmette-Guérin (BCG) para a tuberculose, principalmente em menores de um ano de idade. As autoras concluíram que a ocorrência das EAPVs foi preocupante, pois são na maioria evitáveis e podem afetar o controle das doenças imunopreveníveis.
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Fonte; Revista Brasileira de Enfermagem. Imagem: Getty Images.
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