Notícia
Observar a radiação em tempo real pode tornar as terapias contra o câncer ainda mais precisas
Novo sistema de imagem capaz de fotografar os feixes de prótons e íons de carbono usados para atingir tumores com terapia de hádrons pode tornar o tratamento mais preciso
Divulgação, Universidade de Roma
Fonte
Universidade de Roma "La Sapienza"
Data
segunda-feira, 5 agosto 2019 16:10
Áreas
Radiologia. Bioeletrônica. Bioinformática. Física Médica. Engenharia Biomédica. Oncologia.
Chama-se INSIDE – Innovative Solution for Dosimetry in Hadrontherapy – o primeiro sistema bimodal do mundo, composto por um scanner PET e um marcador de partículas carregadas, capaz de monitorar em tempo real os íons de carbono e os feixes de prótons usados na hadronterapia oncológica, que alcança os tumores não operáveis e resistentes aos raios X. A experimentação em pacientes, com o objetivo de verificar de forma ainda mais eficaz os efeitos da quimioterapia nos tecidos tumorais e tornar o tratamento ainda mais preciso, foi iniciada pela Fundação CNAO – Centro Nacional de Hadronterapia Oncológica de Pavia, na Itália, juntamente com a Universidade de Roma “La Sapienza”, o Instituto Nacional de Física Nuclear (INFN) e o Departamento de Física da Universidade de Pisa, todos na Itália.
O estudo clínico envolverá 40 pacientes submetidos à terapia para o tratamento de meningiomas e tumores da região da cabeça e pescoço (carcinoma adenoide-cístico, cordoma de base e carcinoma nasofaríngeo). A hadronterapia oncológica usa feixes de prótons ou íons de carbono que, comparados aos raios X usados na radioterapia tradicional, têm a capacidade de liberar sua energia apenas perto da massa tumoral, minimizando o impacto sobre os tecidos saudáveis circundantes e reduzindo os efeitos colaterais.
O INSIDE é um equipamento posicionado próximo ao leito onde o paciente recebe o tratamento com hadronterapia e consiste em dois detectores (um sistema de imagem bi-modal, com um scanner para Tomografia por Emissão de Pósitrons e um marcador de partículas carregadas) capazes de medir as partículas secundárias produzidas durante o tratamento, deixando claro com um intervalo de tempo muito pequeno, onde a energia está sendo liberada e se o volume do tumor, após o tratamento, muda.
“A característica única do sistema INSIDE é a capacidade de monitorar tratamentos realizados com íons de carbono. Graças ao detector que projetamos, é possível detectar as radiações secundárias geradas pela interação de íons de carbono com os tecidos do paciente, a fim de monitorar o caminho do feixe em tempo real. Como parte da colaboração interdepartamental com o Grupo de Física de Radiações Aplicada coordenada pelo Dr. Vincenzo Patera e pelo Dr. Riccardo Faccini, também desenvolvemos algoritmos de reconstrução e análise de dados que permitem observar o que acontece enquanto o paciente está sendo tratado”, explica o Dr. Alessio Sarti, do Departamento de Engenharia Básica e Aplicada da Universidade de Roma.
A experimentação com os pacientes e o início do estudo clínico representam a segunda fase do projeto INSIDE, onde os dois detectores que compõem o sistema foram instalados em uma estrutura próxima ao leito onde o paciente recebe o tratamento com hadronterapia. A primeira fase do projeto INSIDE, que se concentrou na criação dos dois detectores, foi realizada entre 2013 e 2016.
Foi iniciado um estudo clínico observacional que consiste em testar o INSIDE em 40 pacientes submetidos à terapia de prótons, para o tratamento de meningiomas e carcinomas de células escamosas da nasofaringe, e com íons de carbono para o tratamento de carcinomas adenoide-císticos e cordomas da base do crânio. O plano de tratamento para essas doenças inclui 15 a 35 sessões de tratamento, uma por dia. O estudo clínico inclui de 3 a 4 medições com o novo sistema durante a primeira semana de tratamento, e depois uma medição por semana.
Com base nos achados do INSIDE e nos resultados de reavaliação, é possível observar as alterações morfológicas sofridas pela massa tumoral durante a terapia e, se necessário, revisar e atualizar o plano de tratamento para torná-lo ainda mais preciso.
Acesse a notícia na página da Universidade de Roma “La Sapienza” (em italiano).
Fonte: Universidade de Roma “La Sapienza”. Imagem: Divulgação, Universidade de Roma “La Sapienza”.
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