Notícia
O que a COVID-19 pode provocar no pulmão de diabéticos?
Estudo chama atenção para o efeito da glicose nos alvéolos pulmonares
Institutos Nacionais de Saúde (NIH)
Fonte
UFU | Universidade Federal de Uberlândia
Data
segunda-feira, 14 dezembro 2020 13:30
Áreas
Biomedicina. Bioquímica. Medicina. Metabolismo.
Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em parceria com outras instituições do Brasil e dos Estados Unidos, publicaram na revista científica Frontiers in Physiology um estudo sobre a patofisiologia da COVID-19 no pulmão de pacientes diabéticos.
A patofisiologia é a descrição molecular de como uma doença afeta o funcionamento do organismo. No caso da COVID-19, sabe-se que ela provoca danos nos pulmões, com maior frequência, em pacientes com comorbidades, como doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes.
A pesquisa se concentrou nos casos do diabetes, doença causada pela redução da secreção ou da ação da insulina, hormônio responsável por quebrar as moléculas de glicose que são transformadas em energia para o nosso organismo. Atualmente, existem 425 milhões de pessoas em todo o mundo com essa comorbidade, o que corresponde a 8,8% dos adultos entre 20 e 79 anos. O tratamento envolve dieta para controlar o nível de açúcar no sangue, terapia com insulina, exercícios físicos e outras recomendações feitas pelo médico que acompanha cada paciente.
Segundo o artigo, a associação entre COVID-19 e diabetes aumenta o risco de complicações, como a síndrome respiratória aguda grave. Isso pode acontecer porque pacientes diabéticos com controle metabólico inadequado frequentemente apresentam resposta imune antiviral reduzida. Além disso, os pesquisadores chamam atenção para o efeito da glicose nos alvéolos pulmonares, que indiretamente desencadeia aumento de bactérias, citocinas inflamatórias, enzimas de estresse oxidativo e também do líquido da superfície das vias aéreas, o que reduz as trocas gasosas de oxigênio e gás carbônico no pulmão.
O artigo é assinado pelo Dr. Tales Lyra Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS); Mohamad Bassim El Zoghbi, da USCS; Dra. Caroline Gusson Shimoura, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Norte do Texas, nos Estados Unidos; Dr. Olagide Wagner Castro e Dr. Igor Santana Melo, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL); e Léia Cardoso-Sousa, Igor de Andrade Santos, Renata Pereira Georjutti, Dr. Luiz Ricardo Goulart, Dra. Ana Carolina Gomes Jardim, Dr. Thúlio Marquez Cunha e Dr. Robinson Sabino-Silva, da UFU.
Os cientistas receberam apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e da Fundação Chiesi Onlus. Os pesquisadores da UFU são credenciados nos Programas de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPCSA), de Imunologia e Parasitologia Aplicadas (PPIPA) e de Odontologia (PPGO).
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Portal Comunica UFU.
Fonte: Diélen Borges, Portal Comunica UFU. Imagem: Institutos Nacionais de Saúde (NIH).
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