Notícia

O estresse e o desconforto gastrointestinal

Pesquisa mostra uma nova ligação entre o estresse e os transtornos gastrointestinais funcionais

Divulgação

Fonte

Universidade de Newcastle

Data

domingo, 11 junho 2017 15:10

Áreas

Biologia Molecular. Gastroenterologia. Estresse. Saúde Pública.

Estudo do Instituto de Pesquisas Médicas da Universidade de Newcastle, na Austrália, apontou uma nova ligação entre o estresse psicológico e os transtornos gastrointestinais funcionais (FGID, em inglês). Estes transtornos incluem a síndrome do intestino irritável e sintomas como constipação, inchaço, náuseas, dor abdominal e diarreia.

A equipe estudou biópsias do trato gastrointestinal de pacientes, observando atentamente os níveis de uma proteína imune muito específica. Os resultados mostraram que os pacientes com FGID que também estavam sofrendo de estresse tiveram os níveis da proteína aumentados, em resposta do corpo ao estresse.

“O que achamos que está acontecendo é que esta proteína faz com que o sistema imunológico seja mais ativado. A maior ativação leva a uma inflamação do intestino, o que pode levar à FGID, dor e mais alterações na função intestinal “, disse a Dra. Jessica Bruce, cuja pesquisa levou à descoberta. “É uma descoberta realmente importante, pois significa que há uma conexão entre o estresse e o funcionamento do trato gastrointestinal“, explicou.

A Dra. Jessica Bruce, membro do Grupo de Pesquisa Gastrointestinal no Centro de Pesquisa Prioritária para Saúde Digestiva e Neurogastroenterologia da universidade, disse que se preocupava com a grande quantidade de pessoas que sofriam do trato gastrointestinal e que não eram diagnosticados, mas buscavam respostas em seus profissionais de saúde.

É incrível quantas pessoas têm sintomas de uma desordem gastrointestinal, mas após o exame do intestino, não se evidencia nenhuma alteração física. Se não há nenhum diagnóstico significa que fica difícil o tratamento dos sintomas, o que, por sua vez, leva a mais estresse para o paciente”, explica a pesquisadora. O trabalho foi recentemente premiado em um Simpósio Internacional sobre o Microbioma Gastrointestinal.

Apesar de avançar no campo, a Dra. Jessica Bruce disse que ainda há um longo caminho a percorrer. “Embora existam alguns estudos sobre a influência do estresse, não há muita pesquisa no campo dos FGID de forma mais ampla. “Até apenas três ou quatro anos atrás, pensava-se que esses sintomas eram apenas psicológicos, enquanto agora estamos percebendo que há mudanças fisiológicas em jogo“, disse a Dra. Jessica.

“A doença é tão mal compreendida que, antes que possamos desenvolver um tratamento específico, precisamos entender completamente como ela funciona. Espero continuar a encontrar essas respostas”, concluiu a pesquisadora.

Fonte: Universidade de Newcastle. Imagem: Divulgação.

 

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