Notícia

O consumo excessivo de açúcar e o diabetes

Dia Mundial do Diabetes alerta para o perigo em adultos e crianças

Divulgação

Fonte

SES/PR

Data

quarta-feira, 11 novembro 2015 10:50

Áreas

Endocrinologia. Diabetes.

O Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro) alerta para o perigo do consumo excessivo de açúcar, que aumenta o número de diabéticos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que os índices mais altos de consumo de açúcar estão na América do Sul, com uma média de 131 gramas diários – quase três vezes mais do que o máximo recomendado. 

“Somos um dos maiores consumidores de açúcar do mundo e isso faz com que os casos de diabetes aumentem cada vez mais no país”, diz o cardiologista da Secretaria da Saúde do Paraná, Dr. André Langowski. 

No Brasil, a doença acomete 8,6% da população, ou seja, mais de 11 milhões de pessoas com níveis elevados de açúcar no sangue. 90% desses diabéticos são portadores do tipo 2, que é associada ao estilo de vida.

A média de consumo mundial é de 63 gramas de açúcar por dia, mas a recomendação da OMS é de que não ultrapasse 50 gramas diários. Em um cenário ideal, esse índice deveria ser menor do que 25 gramas.

Para o Dr. André Langowski, os principais vilões desses números elevados no país são os refrigerantes, o açúcar adicionado ao café e o paladar brasileiro acostumado a doces com quantidades excessivas de açúcar, quando comparado aos hábitos em outros países. Apenas uma lata de refrigerante pode superar a recomendação ideal diária da OMS para um adulto.

Além dos maus hábitos alimentares, o sedentarismo e a obesidade também são responsáveis pelo aumento dos casos. “Antes o diabetes era esperado apenas em pessoas mais velhas, geralmente acima de 60 anos, assim como a hipertensão. Hoje em dia já é comum diagnosticarmos em pacientes bem mais jovens”, explica o Dr. Langowski.

Prevenção

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 4,9 milhões de mortes foram provocadas pela doença em 2014. Em 2030, ela deverá ser a sétima principal causa de morte no mundo. Em 2014, o Paraná registrou mais de 3 mil mortes em que o diabetes é apontado como causa básica, quase mil mortes a mais do que em 2004.

Entretanto, raramente o diabético morrerá pelo diabetes. “Insuficiência renal (nefropatia diabética), acidente vascular cerebral (AVC), infarto e algumas infecções são doenças decorrentes de quadros graves do diabetes e que muitas vezes podem levar ao óbito”, afirma o cardiologista.

Grande parte dessas mortes pode ser prevenida com o diagnóstico precoce. De acordo com dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF), uma a cada 12 pessoas no mundo tem diabetes, sendo que uma a cada duas pessoas com a doença não sabe que a tem. 

Sinais como boca seca, sede em excesso, perda de peso, cansaço, aumento da fome, urina frequente, formigamento nos pés e mãos, visão embaçada e cicatrização lenta podem significar presença do diabetes.

“O problema é que quem apresenta sintomas já pode estar com um nível muito elevado da doença. Por isso, pessoas que se enquadram no grupo de risco devem fazer exames de glicose regularmente, pois muitas vezes as complicações podem existir antes mesmo que os sintomas se manifestem”, comenta o Dr. Langowski.

Pessoas com má alimentação (dietas ricas em sal, açúcar e gorduras e pobres em vegetais), com sobrepeso, sedentárias, hipertensas e que possuem histórico familiar da doença são mais propensas a desenvolverem a doença no tipo 2. Para diminuir o risco é importante praticar atividade física, manter hábitos de alimentação saudáveis e cuidar do peso. 

Diabetes em crianças

O diabetes tipo 1, diferente do tipo 2, é uma doença autoimune que caracteriza-se pela destruição das células produtoras de insulina. Ela acomete crianças e jovens, na maioria dos casos sem obesidade associada.

“A evolução da doença em crianças é muito mais rápida do que em adultos. Se não for diagnosticada e controlada com insulina, pode levar a um quadro agudo (cetoacidose), ao coma e, até mesmo, ao óbito”, explica a médica do Hospital de Clínicas de Curitiba, Dra. Suzana Nesi França.

Porém, por desconhecimento da existência do diabetes em crianças, muitas vezes o diagnóstico demora a ser feito. “60% das crianças diabéticas só recebem um diagnóstico um diagnóstico quando já estão em cetoacidose. É preciso saber que a criança também pode apresentar diabetes”, ressalta Suzana.

A criança com quadro do diabetes apresenta sede constante; aumento na quantidade de urina, podendo incluir episódios de ‘xixi na cama’; emagrecimento; fome excessiva; cansaço e falta de energia. Em casos que o diagnóstico demora a ser feito, o doente pode apresentar dores abdominais e vômito.

Em bebês, o diabetes pode se manifestar com perda de peso, alterações na respiração, irritabilidade e fraldas mais pesadas, também devido ao aumento na quantidade de urina.

De acordo com a Dra. Suzana, o diagnóstico é simples e pode ser feito em qualquer Unidade de Saúde. “A glicemia em qualquer horário do dia acima de 200, associada a um quadro clínico típico, já indica o diabetes. A partir disso, o paciente deve ser encaminhado imediatamente a um serviço que realize o tratamento adequado”, conta.

Além disso, é importante que a família mantenha hábitos alimentares saudáveis. As refeições devem acontecer em horários regulares, com ingredientes variados, incluindo frutas e verduras, e diminuição do açúcar.

“Ao contrário do que muitos pensam, a criança não precisa ter 100% do açúcar eliminado da dieta. Ele não é proibido, apenas deve ser reduzido e mesclado com alimentos saudáveis”, salienta a Dra. Suzana.

Encontro

Aproveitando o Dia Mundial do Diabetes, o Hospital de Clínicas de Curitiba organiza o IV Encontro de Diabetes da Unidade de Endocrinologia Pediátrica. O evento acontece no dia 16 de novembro no auditório do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná.

O tema escolhido é Crescer com Diabetes no Século XXI. O projeto é voltado para profissionais de saúde. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas antecipadamente por e-mail ou na secretaria da Unidade de Endocrinologia Pediátrica. As vagas são limitadas.

Fonte: SES/PR. Imagem: Divulgação.

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