Notícia
Novos biomateriais: o aprendizado com a Natureza
Revista Nature publica caderno que trata de novas pesquisas em biomateriais e as tentativas de mimetizar a Natureza
Getty Images
A edição da Revista Nature publicada hoje, 26 de março (vol. 519, n. 7544) traz no Caderno ‘Outlook’ um conjunto de matérias e artigos abordando o tema ‘Biomateriais’. Na abertura do caderno, o Editor Herb Brody destaca a evolução das pesquisas em biomateriais que têm acontecido nos últimos anos, ressaltando a importância de observar o “laboratório-extremamente-efetivo’ em que se constitui a observação da Natureza e de suas estruturas biológicas.
A partir de fontes de inspiração natural, como a resistência das teias de aranha, as escamas alinháveis dos tubarões, a reação à umidade das escamas das pinhas, o nanorevestimento na folha de lótus e a interação eletrostática das moléculas nos pés de uma lagartixa e as moléculas na superfície por onde sobem, a revista mostra como a ciência tenta aprender com a natureza e traça um cenário atual das pesquisas e de seus principais desafios.
As reportagens publicadas no caderno são:
Aranhas: rede de intrigas
A matéria apresenta uma análise das tecnologias que tentam reproduzir a estrutura e os efeitos das teias de aranha, como por exemplo o material sintético que incorpora gotas de polímeros e que pode ser usado para a liberação de fármacos, ou as proteínas da seda reproduzidas geneticamente em laboratório.
(Katherine Bourzac, Nature 519, S4-S6)
Revetimentos Sintéticos: Super Superfícies
A reportagem mostra os resultados de alguns grupos de pesquisa que tentam reproduzir biomateriais para revestimentos com propriedades específicas, como a fácil adesão entre superfícies, mimetizando o que acontece no contato da lagartixa com a parede. Neste caso, aplicações destes novos biomateriais são inúmeras, como a regeneração de tecidos ou a marcação de células cancerígenas.
(Neil Savage, Nature 519, S7-S9).
Têxteis: Fábricas da Vida
O desenvolvimento de tecidos que podem repelir líquidos específicos, como água ou sangue, são abordados nesta matéria que mostra aplicações que tentam reproduzir as características dinâmicas das escamas de tubarões ou das pinhas.
(Elie Dolgin, Nature 519, S10-S11)
Polímeros: Segredos do Fundo dos Oceanos
Mostrando alguns resultados importantes de grupos de pesquisa que trabalham no desenvolvimento de biomateriais a partir de observações da vida aquática, a matéria cita exemplos como o adesivo que pode reparar ossos fraturados desenvolvido a partir do mecanismo usado pelos mexilhões para furar e se fixar em pedras escorregadias, ou então o desenvolvimento de eletrodos cerebrais a partir das propriedades dos pepinos-do-mar.
(Andrew R. Scott, Nature 519, S12-S13)
Estrutura: Armadura Artificial
A proposta de biomateriais que possam substituir o osso humano (materiais estruturais artificiais) ou produzir uma nova geração de roupas de proteção pode começar com o estudo e conhecimento da casca do tatu (resistente e flexível) ou da madre-pérola (resistente à fratura).
(Katharine Sanderson, Nature 519, S14-S15)
Órgãos Artificiais em Miniatura
Um novo campo que cientistas de materiais tentam desenvolver é o chamado “ser-humano-em-um-chip”: usando biomateriais avançados, técnicas de engenharia e conhecimentos fisiológicos para desenvolver células em um esquema simplificado porém funcional, pretende-se desenvolver verões em miniatura dos corações, pulmões e outros órgãos humanos. Em dispositivos semelhantes a microchips, estes órgãos podem ser ligados por sistemas circulatórios artificiais e formar modelos experimentais que possam reproduzir estruturas físicas, forças e interações, em nível celular, nos órgãos e tecidos.
(Michael Eisenstein, Nature 519, S16-S18)
Perspectiva: Entrega especial para o intestino
O desenvolvimento da liberação de drogas diretamente para o trato gastrointestinal pode evitar muitas ocorrências de medicações erradas ou faltantes, segundo prescrição clínica. O desafio é desenvolver materiais e tecnologias que sejam capazes de realizar a liberação controlada de remédios diretamente para o intestino, vencendo todas as circunstâncias e o ambiente agressivo local.
(Giovanni Traverso & Robert Langer, Nature 519, S19).
Fonte: Revista Nature
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