Notícia

Novo tipo de músculo artificial elétrico com rigidez variável possui capacidade de autossensibilidade

Novo músculo artificial desenvolvido por pesquisadores da Universidade Queen Mary de Londres possui flexibilidade e elasticidade semelhantes ao músculo natural

Divulgação, Universidade Queen Mary de Londres

Fonte

Universidade Queen Mary de Londres

Data

domingo, 16 julho 2023 14:15

Áreas

Bioeletrônica. Biomecânica. Ciência dos Materiais. Engenharia Biomédica. Reabilitação. Robótica. Sistemas de Controle.

O endurecimento da contração muscular não é apenas essencial para aumentar a força, mas também permite reações rápidas em organismos vivos. Inspirando-se na natureza, uma equipe de pesquisadores da Escola de Engenharia e Ciência de Materiais da Universidade Queen Mary de Londres, no Reino Unido, criou com sucesso um músculo artificial que transita perfeitamente entre os estados ‘mole’ e ‘duro’, ao mesmo tempo em que possui a notável capacidade de autossensibilidade para detectar forças e deformações.

O Dr. Ketao Zhang, professor da Universidade Queen Mary de Londres e pesquisador principal do estudo, explicou a importância da tecnologia de rigidez variável em atuadores artificiais semelhantes a músculos: “Capacitar robôs, especialmente aqueles feitos de materiais flexíveis, com capacidades de autodetecção é um passo fundamental para a verdadeira inteligência biônica”.

O músculo artificial desenvolvido pelos pesquisadores possui flexibilidade e elasticidade semelhantes ao músculo natural, tornando-o ideal para integração em intrincados sistemas robóticos macios e adaptabilidade a várias formas geométricas. Com a capacidade de suportar mais de 200% de alongamento ao longo da direção do comprimento, o atuador flexível demonstra durabilidade excepcional.

Ao ser alimentado com diferentes tensões elétricas, o músculo artificial pode ajustar rapidamente sua rigidez, alcançando uma modulação contínua com uma mudança de rigidez superior a 30 vezes. Sua natureza orientada por tensão fornece uma vantagem significativa em termos de velocidade de resposta sobre outros tipos de músculos artificiais. Além disso, a nova tecnologia pode monitorar sua deformação por meio de mudanças de resistência, eliminando a necessidade de arranjos de sensores adicionais e simplificando os mecanismos de controle enquanto reduz os custos.

O processo de fabricação desse músculo artificial com detecção automática é simples e confiável. Os nanotubos de carbono são misturados com silicone líquido usando tecnologia de dispersão ultrassônica e revestidos uniformemente usando um aplicador de filme para criar o cátodo de camada fina, que também serve como parte sensível do músculo artificial. O ânodo é feito diretamente usando um corte de malha de metal macio e a camada de atuação é colocada entre o cátodo e o ânodo. Após a cura dos materiais líquidos, é formado um músculo artificial de rigidez variável autossensível completo.

As aplicações potenciais dessa tecnologia flexível de rigidez variável são vastas, variando de robótica leve a aplicações médicas. A integração perfeita com o corpo humano abre possibilidades para auxiliar pessoas com deficiência ou pacientes na realização de tarefas diárias essenciais. Ao integrar o músculo artificial autossensível, os dispositivos robóticos vestíveis podem monitorar as atividades de um paciente e fornecer resistência ajustando os níveis de rigidez, facilitando a restauração da função muscular durante u treinamento de reabilitação, por exemplo.

“Embora ainda haja desafios a serem enfrentados antes que esses robôs médicos possam ser implantados em ambientes clínicos, esta pesquisa representa um passo crucial em direção à integração homem-máquina”, destacou o Dr. Zhang. “Ele fornece um modelo para o desenvolvimento futuro de robôs macios e vestíveis”, concluiu o pesquisador.

O estudo inovador conduzido por pesquisadores da Universidade Queen Mary de Londres marca um marco significativo no campo da biônica. Com o desenvolvimento de músculos artificiais elétricos com detecção automática, eles abriram o caminho para avanços em robótica leve e aplicações médicas.

Os resultados foram publicados na revista científica Advanced Intelligent Systems.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Queen Mary de Londres (em inglês).

Fonte: Universidade Queen Mary de Londres. Imagem: Divulgação, Universidade Queen Mary de Londres.

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