Notícia
Novo teste identifica sinais de dislexia
A dislexia é um transtorno de aprendizagem ligado à leitura e linguagem, mas que não tem origem em nenhuma barreira intelectual
Com o objetivo de suprir a insuficiência de instrumentos válidos para a identificação de Dislexia do Desenvolvimento no Brasil, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e de instituições parceiras desenvolveram o Teste para Identificação de Sinais de Dislexia (TISD), que já apresenta resultados promissores.
A dislexia é um transtorno de aprendizagem ligado à leitura e linguagem, mas que não tem origem em nenhuma barreira intelectual. De acordo com o professor Dr. Rauni Jandé Roama Alves, um dos responsáveis pela pesquisa, existem três correntes explicativas para a dislexia: a teoria motora, a teoria visual e a teoria do processamento fonológico. “Não podemos afirmar ainda a origem do transtorno, mas na elaboração do teste usamos essas três correntes e verificamos que elas têm se complementado para apontar o diagnóstico”, explicou o especialista.
O TISD é composto por 8 subtestes, que avaliam os pacientes em suas habilidades de leitura, escrita, atenção, cálculo, habilidades motoras, consciência fonológica. nomeação rápida e memória de curto prazo.
Atualmente, a ferramenta está em processo de validação, ou seja, a equipe está aplicando o teste em diversas regiões do Brasil, com crianças que têm e que não tem o transtorno, para verificar se a diferença do resultado dos dois grupos é estatisticamente relevante.
De acordo com o artigo (publicado em dados preliminares), a diferença no resultado dos dois grupos foi significativa tanto no total dos testes, quanto em cada teste separadamente. As habilidades de leitura e escrita foram as que tiveram a maior diferença dos grupos e mesmo a habilidade de cálculo apresentou uma diferença significativa. “Os estudos ainda são incongruentes se o cálculo é uma dificuldade inerente à dislexia, mas o que vimos, até o momento, no TISD, é que existe sim uma diferença nesta habilidade entre pessoas com e sem dislexia”, apontou o Dr. Rauni.
Para que a ferramenta possa ser disponibilizada aos profissionais da saúde, ainda é necessário que o grupo conclua a análise estatística dos testes já aplicados. “Começamos essa pesquisa 10 anos atrás. Agora, precisamos concluir essas análises estatísticas, para comprovar a qualidade do TISD, mas a previsão é que isso esteja pronto em alguns meses”, concluiu o professor.
O estudo é desenvolvido em parceria com os pesquisadores Dra. Tatiana de Cássia Nakano, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC CAMPINAS), Dr. Ricardo Franco de Lima, da Universidade São Francisco (USF), Dra. Sylvia Maria Ciasca, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Dra. Cíntia Salgado, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Acesse o artigo publicado com dados preliminares (em inglês).
Acesse a notícia na página da UFMT.
Fonte: Universidade Federal de Mato Grosso. Imagem: Getty Images.
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