Notícia

Novo software apoia decisões clínicas sobre hipertensão e diabetes na atenção primária

Software passou por testes junto a profissionais que atuam na atenção primária em dez municípios do norte de Minas Gerais

Getty Images

Fonte

UFSJ | Universidade Federal de São João del-Rei

Data

terça-feira, 2 fevereiro 2021 09:20

Áreas

Bioinformática. Computação. Saúde Pública.

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) anunciaram recentemente o desenvolvimento de um software de apoio à decisão clínica, visando a facilitar o controle da hipertensão e diabetes no âmbito da atenção primária à saúde, como os postos comunitários, em localidades com recursos limitados.

O grupo de pesquisadores já atua há 14 anos desenvolvendo softwares e aplicativos na área de Telemedicina. Na equipe, estão docentes de sete instituições públicas, como a Dra. Clareci Silva Cardoso, professora do curso de Medicina do Campus Centro-Oeste Dona Lindu da UFSJ (CCO-UFSJ).

Após o desenvolvimento do software, o mesmo passou por testes junto a profissionais que atuam na atenção primária em dez municípios do norte de Minas Gerais. O estudo incluiu nada menos que 29 centros de saúde em nove pequenos municípios do Vale do Mucuri, com baixíssimo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e em cinco unidades do sistema municipal de saúde de Teófilo Otoni (MG).

Telessaúde

Segundo a Dra. Clareci, coordenadora do polo universitário da UFSJ na Rede de Teleassistência de Minas Gerais (RTMG), o novo software é mais um importante resultado alcançado pelo grupo de pesquisadores. “Essa Rede foi desenvolvida como resultado da parceria entre sete universidades públicas de Minas Gerais que, sob a coordenação da UFMG, desenvolvem atividades de tele-educação e telediagnóstico”, explicou a professora Clareci, contabilizando que, em 14 anos de atuação, a Rede já realizou mais de 5 milhões de eletrocardiogramas (ECGs) para as unidades de atenção primária de 814 municípios de Minas Gerais.

Ao longo dos anos, a equipe da RTMG vem acumulando uma grande expertise no desenvolvimento de softwares e aplicativos na área de saúde. Dentre eles, o aplicativo para atendimento a pacientes com diagnóstico de hipertensão e diabetes, que deu origem ao artigo recentemente publicado na revista científica Journal of Medical Internet Research, sob a coordenação da professora Dra. Milena Marcolino (UFMG).

Essa investigação integra o Projeto Health Rise Brasil, estudo multinacional cujo objetivo é desenvolver programas para melhorar o rastreamento, o diagnóstico, a gestão e o controle da hipertensão arterial e do diabetes mellitus em comunidades carentes ao redor do mundo. “Trata-se de uma importante ferramenta, desenvolvida pela equipe de pesquisadores da UFMG, UFSJ e UFJVM, para suporte aos profissionais que atuam nos serviços da atenção primária com assistência a essa população”, destacou a professora Clareci.

Alerta para intervenção

De acordo com a pesquisadora da UFSJ, o software desenvolvido possui várias funcionalidades. A primeira delas é permitir a realização de exame clínico padronizado e atualizado, de acordo com as principais diretrizes científicas. Por outro lado, baseando-se nas informações clínicas registradas pelo profissional, emite recomendações ou alerta para intervenção, como, por exemplo, reduzir ou aumentar a dose da medicação.

Outra funcionalidade é que o software permite à equipe de profissionais manter registro eletrônico dos atendimentos, possibilitando assim melhor acompanhamento da evolução clínica dos pacientes, e criando, por fim, condições para que a gestão em saúde conheça, por meio de relatórios eletrônicos gerados pelo sistema, subgrupos específicos de pacientes elegíveis para determinadas intervenções.

De forma geral, na avaliação da equipe de saúde envolvida no projeto, “essa ferramenta favorece a resolutividade da atenção primária em saúde, auxiliando na melhor efetividade das intervenções voltadas a essas duas condições crônicas, diabetes e hipertensão.” Dessa forma, tanto o profissional quanto o paciente saem ganhando. “O profissional recebe suporte para os atendimentos e o paciente recebe atendimento efetivo para sua condição de saúde, coerente com as últimas recomendações científicas”, concluiu a professora.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFSJ.

Fonte: Ascom, UFSJ. Imagem: Getty Images.

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