Notícia
Novo Laboratório na USP aplica técnicas de diagnóstico por imagem para identificar causa mortis
Laboratório recebe primeiro equipamento de ressonância magnética para corpo inteiro com campo de 7 Tesla da América Latina
Léo Ramos, Agência FAPESP
Fonte
Revista Pesquisa FAPESP e FMUSP
Data
sexta-feira, 13 março 2015 07:30
Áreas
Diagnostico por Imagens.
Nesta sexta-feira, 13 de março, durante o I Encontro da Rede Latino Americana de Mapeamento Cerebral, entra em operação um novo laboratório na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), batizado de Plataforma de Imagem na Sala de Autópsia (Pisa).
O laboratório está instalado em uma construção subterrânea de 500 metros quadrados e abriga o Magnetom 7T MRI – primeiro equipamento de ressonância magnética para corpo inteiro com campo de 7 Tesla da América Latina.
O equipamento será utilizado principalmente no estudo de cadáveres recebidos pelo Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), que é mantido pela USP e realiza em torno de 14 mil autópsias por ano. O objetivo das pesquisas é desenvolver técnicas de diagnóstico por imagem que ajudem a identificar a causa da morte de modo menos invasivo do que uma autópsia convencional.
Os estudos com os mortos prometem ajudar os vivos, ao propiciar avanços em diagnóstico e na compreensão de doenças. “Na área de diagnóstico, devemos ter retorno imediato”, diz o Prof. Dr. Paulo Hilário Saldiva, professor titular de Patologia da FM-USP e coordenador do projeto.
Entre as possibilidades que se abrem, Saldiva também cita pesquisas sobre os chamados nódulos pulmonares solitários que aparecem isoladamente em exames de diagnóstico, mas sobre os quais se sabe pouco, pois na maior parte das vezes não há indicação de biópsia. Os pacientes têm que fazer exames de controle. Será possível retirar amostras desses nódulos em autópsias minimamente invasivas e gerar informação sobre suas características.
O diretor do SVOC, Prof. Dr. Carlos Augusto Pasqualucci, que é professor do Departamento de Patologia da FM-USP, ressalta as múltiplas abordagens do projeto. “Nossa expectativa é de que promova um aperfeiçoamento da investigação da causa das mortes naturais e torne mais sensíveis exames de diagnósticos de doenças”, diz. “A ideia é utilizar as imagens de ressonância obtidas para que os radiologistas compreendam melhor a natureza de alterações em órgãos e tecidos e façam diagnósticos melhores.”
O diretor da Faculdade de Medicina da USP, Prof. Dr. José Otávio Costa Auler Junior, define o Pisa como “um projeto inovador, competitivo, multidisciplinar e de convergência tecnológica, com aspecto multiusuário, já que agrega diferentes grupos de pesquisa em torno do mesmo objetivo”.
O custo do equipamento foi de U$ 7,695 milhões e envolveu recursos da FAPESP, da USP e da Fundação Faculdade de Medicina.
Fabricado na Alemanha e na Inglaterra, o Magnetom 7T MRI é um equipamento de ultra-alto campo que oferece maior nível de sensibilidade e detalhamento para medidas estruturais e funcionais do organismo humano com ressonância magnética, tecnologia de diagnóstico por imagens que possibilita identificar propriedades de uma substância do corpo humano de modo não invasivo.
As bobinas do aparelho interagem com os tecidos, em seu interior, utilizando ondas eletromagnéticas. Em seguida, são construídas as imagens, decodificando o sinal recebido dos átomos de hidrogênio da água que compõe o corpo humano.
A precisão das imagens geradas por um equipamento 7 Tesla, traduzida na resolução e na capacidade de discernir alterações, é mais de 5,4 vezes superior à de equipamentos 3 Tesla e 21 vezes superior à de aparelhos 1,5 Tesla utilizados em hospitais. Um aumento de duas vezes no campo magnético quadruplica a precisão das imagens.
O padrão 7 Tesla ainda não foi liberado para fins clínicos, mas já está sendo usado em vários centros de pesquisa no mundo. O Magnetom 7T MRI foi adquirido no âmbito do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU) da FAPESP, voltado para a compra de equipamentos de última geração que se tornam disponíveis para um amplo número de pesquisadores, de instituições do Brasil e até do exterior, cujos projetos são selecionados segundo critérios rigorosos.
Leia mais na reportagem da Agência FAPESP (Revista Pesquisa FAPESP).
Fonte: Fabrício Marques (Revista Pesquisa FAPESP) e FMUSP. Imagem: Léo Ramos.
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