Notícia
Novo exame de sangue pode ajudar a detectar e localizar câncer prematuramente
Pesquisadores usam assinatura de DNA chamada haplótipos de metilação
Wikimedia Commons
Fonte
Universidade da Califórnia em San Diego
Data
domingo, 12 março 2017 11:50
Áreas
Biomedicina. Biotecnologia. Oncologia. Genética. Genoma. Engenharia Biomédica. Engenharia Biológica.
Pesquisadores de Bioengenharia da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), nos Estados Unidos, desenvolveram um novo exame de sangue que poderá detectar o câncer – e localizar onde o tumor está crescendo no corpo.
O estudo poderá fornecer uma maneira de diagnosticar câncer prematuramente sem ter que fazer procedimentos cirúrgicos invasivos, como as biópsias. Os pesquisadores publicaram os resultados deste estudo na edição de 6 de março da revista científica Nature Genetics.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Os exames de sangue para a detecção do câncer funcionam selecionando o DNA liberado pelas células tumorais em extinção. Estes testes são promissores para a detecção de vestígios de DNA tumoral no sangue de pacientes com câncer. No entanto, os resultados não indicam onde o tumor está. “Conhecer a localização do tumor é fundamental para a detecção precoce eficaz“, disse o Dr. Kun Zhang, professor de bioengenharia da Escola de Engenharia da UCSD e principal autor do estudo.
Neste estudo, Zhang e sua equipe descobriram uma nova “pista” no sangue que poderia detectar células tumorais e identificar onde eles estão. Quando um tumor começa a assumir uma parte do corpo, ele compete com células normais por nutrientes e espaço, matando-as no processo. À medida que as células normais morrem, elas liberam seu DNA na corrente sanguínea – e esse DNA pode identificar o tecido afetado.
O método pesquisa uma assinatura de DNA particular chamada haplótipos de metilação CpG, que são a adição de grupos metilo a múltiplas sequências CG adjacentes numa molécula de DNA. Cada tecido do corpo pode ser identificado pela sua assinatura única de haplótipos de metilação.
“Nós fizemos esta descoberta por acidente. Inicialmente, estávamos tomando a abordagem convencional e apenas à procura de sinais de células de câncer e tentando descobrir de onde eles estavam vindo. Mas também estávamos vendo sinais de outras células e percebemos que se integrarmos ambos os conjuntos de sinais, poderíamos realmente determinar a presença ou ausência de um tumor, e onde o tumor está crescendo “, explicou o Dr. Zhang.
Para desenvolver seu novo método, os pesquisadores juntaram um banco de dados dos padrões completos de metilação CpG de 10 diferentes tecidos normais (fígado, intestino, cólon, pulmão, cérebro, rim, pâncreas, baço, estômago e sangue). Eles também analisaram amostras de tumor e amostras de sangue de pacientes com câncer no Centro de Câncer da UCSD para montar um banco de dados de marcadores genéticos específicos de câncer.
O Dr. Zhang e sua equipe então examinaram amostras de sangue de indivíduos com e sem tumores. Eles procuraram sinais dos marcadores de câncer e os padrões de metilação específicos do tecido. O teste funciona como um processo de autenticação dupla – a combinação de ambos os sinais, acima de um corte estatístico, é necessária para atribuir uma correspondência positiva.
“Esta é uma prova de conceito. Para avançar nesta pesquisa para o estágio clínico, precisamos trabalhar com oncologistas para otimizar e aperfeiçoar este método “, concluiu o Dr. Zhang.
Fonte; Liezel Labios, Universidade da Califórnia em San Diego. Imagem: Wikimedia Commons.
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