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Novo estudo sobre o tratamento clínico da catarata pediátrica
A catarata pediátrica é a causa mais comum de cegueira tratável em crianças

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A cegueira infantil (CI) atingiu em 2010, cerca de 1,4 milhões de crianças no mundo todo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A previsão até 2020 é que esses números aumentem significativamente e, para evitar que isso aconteça, a OMS estabeleceu como uma das metas a prevenção e tratamento da CI. Dentre as causas de CI, 75% são evitáveis e 30% são ocasionadas pela catarata.
A catarata é uma lesão que torna opaco o cristalino, sendo comum em filhos de mães que tiveram rubéola ou toxoplasmose no primeiro trimestre de gestação e crianças portadoras de diabetes, que fazem uso crônico de colírios com corticóides, que possuem inflamações intraoculares ou que ficam sujeitas a batidas ou socos fortes na região dos olhos. A catarata pediátrica é a causa mais comum de cegueira tratável em crianças. As pesquisadoras Camila Ribeiro Koch Pena, do Instituto Brasileiro de Prevenção à Cegueira, Hospital Humberto Castro Lima, Salvador (BA), Priscila Almeida Jorge e o Dr. Newton Kara Junior, da Universidade de São Paulo (USP), publicaram estudo na edição de junho de 2015 da Revista Brasileira de Oftalmologia sobre o tratamento clinico da catarata pediátrica e lentes oculares. A prevalência, etiologia e morfologia variam conforme o desenvolvimento socioeconômico. O tratamento tem como objetivo diminuir a perda da acuidade visual, sendo de difícil manejo principalmente em casos unilaterais. A opção sobre o melhor tratamento dependerá da extensão da opacidade do cristalino. A decisão sobre o tratamento da afacia (perda do efeito de filtro do cristalino para os raios ultravioleta) ou implante primário de lente intraocular deve ser individualizado, assim como a correção com lente de contato ou óculos. As lentes intraoculares acrílicas hidrofóbicas de peça única são as mais implantadas em crianças com preferência de implante no saco capsular. A fórmula biométrica Sanders-Retzlaff-Krafftheoretic (SRK/T) é a mais precisa em pacientes pediátricos, seguida de Holladay I e SRK II, com recomendação de sob correção de +6 a +8.0 dioptrias, devido ao esperado crescimento rápido do globo ocular.
A opacidade de cápsula posterior é a complicação mais frequente e varia com o material da lente a ser implantada e o glaucoma é a complicação pós-operatória mais grave e depende da idade da criança na cirurgia, implante primário de LIOs e da duração do acompanhamento pós-cirúrgico.
A adesão ao tratamento oclusivo é fundamental para o prognóstico visual, que é determinado de acordo com a idade da criança e a lateralidade da catarata. Mesmo com a possível melhora ocasionada pelo tratamento cirúrgico e pelo uso das lentes intraoculares, os pesquisadores afirmam que a acuidade visual final pode não ser completamente restabelecida.
Fonte: Pena, C. R. K.; Jorge, P. A. ; Kara-Júnior, N. Lentes intraoculares e tratamento clínico na catarata pediátrica. Rev. bras. oftalmol. [online]. 2015, vol.74, n.3, pp. 189-193. (em inglês). Tradução: Tech4Health.
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