Notícia

Novo estudo quer viabilizar o uso do oxímetro na avaliação da pressão arterial

Algoritmo ainda está sendo refinado

Getty Images

Fonte

Universidade da Colúmbia Britânica

Data

sexta-feira, 23 novembro 2018 17:45

Áreas

Engenharia Biomédica. Bioeletrônica.

A monitoração rápida e fácil da pressão sanguínea logo poderá estar ao alcance dos seus dedos – literalmente – graças à nova pesquisa da Universidade da Columbia Britânica (UCB), no Canadá, que mostrou que a pressão arterial pode ser avaliada por um oxímetro na ponta dos dedos, uma ferramenta que geralmente não é utilizada para esse fim.

“Descobrimos que o oxímetro, que pode ser colocado em um dedo para medir a frequência cardíaca e a quantidade de oxigênio no sangue, pode detectar pressão arterial normal, elevada ou alta, com até 95% de precisão”, disse o pesquisador Dr. Mohamed Elgendi, professor de engenharia elétrica e de computação da UCB. “Isso sugere que, com alguns ajustes, pode funcionar como um monitor da pressão sanguínea no futuro”, diz o pesquisador.

A hipertensão está ligada a 1.100 mortes por dia apenas nos Estados Unidos, por isso é fundamental monitorar regularmente as pessoas em risco. O desafio é que os métodos atuais de monitoramento da PA têm suas limitações. “Embora o manguito inflável seja fácil de usar, sua precisão depende de sua colocação no braço e da habilidade do observador”, disse o Dr. Elgendi. “Outra técnica, a medição da pressão arterial pela via intra-arterial, é altamente precisa, mas invasiva, exigindo que o médico insira uma agulha em uma artéria.”

Estudos anteriores exploraram o uso de oxímetros para avaliação da pressão arterial, mas o estudo da UCB é o primeiro a fornecer evidências baseadas em registros reais de pacientes e o primeiro a examinar grandes amostras obtidas em dois países diferentes, segundo o Dr. Mohamed Elgendi.

Para a análise, a equipe da UCB examinou registros de oximetria de 121 pacientes registrados em um hospital em Boston e 219 pacientes internados em um hospital na província chinesa de Guilin. Eles processaram as informações do oxímetro através de um programa matemático que eles desenvolveram e encontraram nove assinaturas elétricas, ou padrões, que se correlacionaram significativamente com a hipertensão.

“A presença consistente desses padrões em dados coletados de dois países diferentes prova que o oxímetro de pulso é uma ferramenta confiável para avaliação da hipertensão.Quando adicionamos os dados do eletrocardiograma aos dados do oxímetro, conseguimos melhorar a detecção da pré-hipertensão”, explica o pesquisador.

A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) com o valor sistólico registrado primeiro, seguido pelo valor diastólico. A pressão arterial é considerada normal quando tem valores de até 120/80 mmHg, elevada ou a pré-hipertensão com valores entre 121/80 mmHg e 139/89 mmHg, e pressão arterial alta ou hipertensão acima de 140/90 mmHg. A pré-hipertensão aumenta o risco de doença cardíaca, por isso a detecção precoce é vital para o diagnóstico e tratamento.

O Dr. Elgendi e sua equipe estão trabalhando para replicar seus estudos em outros grupos de pacientes nos próximos meses. Eles também estão refinando o algoritmo para que ele possa ser usado em maior escala pelos fabricantes de oxímetros. “Com a adição do nosso algoritmo e algumas outras mudanças, é totalmente factível produzir um oxímetro que forneça uma avaliação da pressão arterial altamente precisa – esperamos contribuir para uma detecção mais rápida da hipertensão e potencialmente salvar vidas”, conclui o pesquisador.

A pesquisa foi publicada recentemente nas revistas científicas Journal of Clinical Medicine, Biosensors, Diagnostics e Scientific Data.

Acesse o resumo do artigo publicado na revista Journal of Clinical Medicine (em inglês).

Acesse o resumo do artigo publicado na revista Biosensors (em inglês).

Acesse o artigo completo publicado na revista Diagnostics (em inglês).

Acesse o artigo completo publicado na revista Scientific Data (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade da Colúmbia Britânica (em inglês).

Fonte: Lou Corpuz-Bosshart, Universidade da Colúmbia Britânica. Imagem: Getty Images.

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