Notícia

Novo estudo descobre a principal causa de arritmias cardíacas graves

A gordura no coração tem papel importante no desenvolvimento de distúrbios do ritmo cardíaco

peoplecreations via Freepik

Fonte

Universidade Johns Hopkins

Data

quarta-feira, 12 outubro 2022 14:35

Áreas

Bioengenharia. Bioinformática. Biomecânica. Bioquímica. Cardiologia. Engenharia Biomédica. Medicina. Saúde Pública.

Os ataques cardíacos causam cicatrizes no coração, deixando os pacientes vulneráveis ​​a distúrbios do ritmo cardíaco que podem levar à morte súbita. Embora nem todos os que sofreram um infarto desenvolvam uma arritmia, se o fizerem, isso normalmente acontecerá cerca de três anos após o ataque cardíaco. Nesses pacientes, a gordura também penetra na parede do coração na região da cicatriz após três anos. Até agora, no entanto, a relação entre esses depósitos de gordura e o desenvolvimento de arritmias não era clara.

Recentemente, um estudo clínico e computacional combinado liderado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins e da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, revelou que a mistura de gordura com tecido cicatricial é a força motriz por trás do desenvolvimento de distúrbios do ritmo cardíaco. Os resultados da equipe foram publicados na revista científica Nature Cardiovascular Research.

A Dra. Natalia Trayanova, professora de Engenharia Biomédica da Universidade Johns Hopkins, codiretora da Alliance for Cardiovascular Diagnostic and Treatment Innovation e membro do Institute for Computational Medicine, liderou o estudo em conjunto com o Dr. Jonathan Chrispin, professor de Medicina e diretor de pesquisa em arritmia ventricular na Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, além de professor de Medicina do Hospital da Universidade da Pensilvânia. A professora Natalia Trayanova é pioneira no uso de réplicas virtuais 3D do coração e de suas funções elétricas, que são personalizadas para pacientes com diversas doenças cardíacas.

Segundo a professora Natalia Trayanova, “Precisávamos entender se cicatrizes no coração ou a presença de gordura na parede do coração – ou ambos – contribuem para arritmias em pacientes pós-infarto. Para isso, precisávamos primeiro analisar imagens do coração dos pacientes e ver onde ocorrem as cicatrizes e a penetração da gordura. No entanto, como as cicatrizes no coração são visualizadas na ressonância magnética com contraste, enquanto a gordura só pode ser vista na tomografia computadorizada com contraste, não havia registros de pacientes que tivessem os dois tipos de dados de imagem já disponíveis. Então decidimos realizar um estudo clínico prospectivo, no qual pacientes pós-infarto que estavam programados para se submeter a um tratamento invasivo para suas arritmias fizeram uma ressonância magnética e uma tomografia computadorizada”.

“Usando os modelos de coração personalizados executados por Eric Sung, primeiro autor do artigo e aluno do meu laboratório, determinamos que quantidades maiores de gordura na parede do coração de um paciente eram preditivas de uma maior probabilidade de arritmias; em contraste, uma quantidade maior de cicatrizes não foi associada a uma maior probabilidade de arritmia. Usando os modelos cardíacos do paciente e os registros clínicos adquiridos durante o procedimento, a presença de gordura na parede do coração diminuiu a condução de sinais elétricos subjacentes ao ritmo cardíaco, tornando-os mais propensos a se comportar de maneira desordenada. No geral, o estudo demonstrou que a penetração de gordura em vez de cicatrizes no coração é a principal razão para a ocorrência de arritmia nesses pacientes”, explicou a professora Natalia.

“Nossos achados implicam a gordura que penetra nas paredes do coração como um novo e significativo ator nas arritmias pós-infarto. Esse achado desafia o conhecimento tradicional, que considera a cicatriz no coração como a principal causa de distúrbios do ritmo cardíaco em pacientes com infarto. Prevemos que esse novo conhecimento motivará novas estratégias terapêuticas específicas do paciente para mitigar os distúrbios do ritmo cardíaco. Por exemplo, o conhecimento de como a gordura é distribuída no coração afetará como as ablações por cateter são administradas para tratar arritmias. Também prevemos a implementação de novas estratégias farmacológicas para diminuir a extensão da penetração de gordura em pacientes pós-infarto, diminuindo assim a ocorrência de eventos arrítmicos”, concluiu a pesquisadora.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Johns Hopkins (em inglês).

Fonte: Lisa Ercolano, Universidade Johns Hopkins. Imagem: peoplecreations via Freepik.

 

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