Notícia

Novo “chip vascular” permite testar células e medicamentos

Equipe internacional de pesquisadores desenvolve novo “órgão-em-um-chip” capaz de replicar contração e distensão de vasos sanguíneos

Divulgação, DR, Universidade de Coimbra

Fonte

Universidade de Coimbra

Data

sexta-feira, 17 março 2017 10:15

Áreas

Nanotecnologia. Microfabricação. Biologia Celular e Molecular. Pesquisa in vitro. Indústria Farmacêutica.

Uma equipe internacional de pesquisadores, entre eles o Dr. João Ribas, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra, em Portugal, desenvolveu um novo dispositivo que replica a contração e distensão dos vasos sanguíneos. Com a tecnologia, além de acelerar a descoberta de doenças e medicamentos, pode-se reduzir a utilização de modelos animais em experiências.

O novo dispositivo, ou chip, concebido no âmbito de um estudo já publicado na revista científica Small, é feito de um material derivado do silicone utilizando várias técnicas de micro-fabricação. Quando as células estão neste ambiente dinâmico, as respostas são completamente diferentes das obtidas pelos dispositivos tradicionais porque as suas características assemelham-se às das células in vivo.

Apesar de um investimento enorme na pesquisa de novos fármacos na área cardiovascular, poucos são os que chegam ao mercado. A situação deve-se, em parte, à falta de modelos que reproduzam as condições do coração e vasos sanguíneos observadas no corpo humano, como o batimento cardíaco. Este estudo procurou desvendar que diferenças existem entre modelos que simulam as condições do corpo humano e modelos estáticos de culturas celulares utilizados atualmente.

João Ribas, aluno do programa de doutorado em Biologia Experimental e Biomedicina do CNC, explica que “a solução criada resulta da combinação de várias técnicas de engenharia, biologia e medicina e poderá ser utilizada por centenas de laboratórios em todo o mundo, respondendo a várias linhas de investigação associadas a doença e envelhecimento vascular”.

O dispositivo poderá ainda ser utilizado pela indústria farmacêutica na descoberta e teste de novos fármacos na área cardiovascular, acelerando o processo de descoberta e reduzindo a utilização de modelos animais. Pensamos ainda que estas plataformas miniaturizadas representam uma solução acessível para testar condições de microgravidade no espaço e como estas afetam a saúde dos astronautas”, realça o pesquisador.

No âmbito da pesquisa foi, também, utilizado um modelo celular de envelhecimento prematuro, com células provenientes de doentes. Os resultados obtidos mostram que o dispositivo permite estirar exageradamente estas células, obtendo-se vários marcadores de inflamação e doença vascular elevados.

Se as células “fossem manipuladas em culturas estáticas não se observariam estes marcadores. Contudo, sabe-se que esta inflamação acontece em doentes, sendo especialmente importante durante o processo de envelhecimento e necessitando de ser compreendida para que se possam descobrir fármacos adequados”, esclarece João Ribas.

A pesquisa testou ainda alguns medicamentos que provam que o sistema funciona, podendo ser usado na descoberta e teste de novos fármacos para combater doenças e envelhecimento vascular.

Além do CNC, a pesquisa envolveu o Instituto de Investigação Interdisciplinar da UC, Brigham and Women’s Hospital – Harvard Medical School (EUA), Harvard-MIT Division of Health Sciences and Technology (EUA), e MIRA Institute for Biomedical Technology and Technical Medicine da Universidade de Twente (Holanda). O pesquisador João Ribas foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela Defense and Threat Reduction Agency (EUA).

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Fonte: Universidade de Coimbra.  Imagem: Divulgação, DR, Universidade de Coimbra.

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