Notícia
Novas tecnologias reduzem uso de agrotóxicos
Embrapa desenvolve tecnologias de pulverização eletrostática
Marcos Alexandre, Embrapa
Três tecnologias desenvolvidas pela Embrapa podem elevar o nível de controle de pragas e doenças, com redução do uso de produtos nas lavouras, em resposta às demandas da sociedade por soluções tecnológicas que determinem métodos mais eficientes para mitigar o uso de agroquímicos no campo.
A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) desenvolveu e licenciou tecnologias que aprimoram a pulverização eletrostática. São elas: o sistema universal de eletrificação de gotas; o sistema pneumático eletrostático transportado e o pulverizador costal eletrostático. Essas inovações contemplam diversas possibilidades de aplicações, de acordo com a necessidade de cada cultura, de pequeno, médio e grande porte, o que amplia sua utilização.
Para o pesquisador da Embrapa Aldemir Chaim, responsável pela orientação das pesquisas na área, a Empresa conseguiu desenvolver sistemas revolucionários de pulverização eletrostática de baixo custo. “Trata-se de tecnologias capazes de modernizar e baratear os tratos culturais em nossas principais culturas”, explica.
Uma das tecnologias, o sistema universal de eletrificação de gotas, vai permitir que qualquer pulverizador hidráulico comum passe a operar como eletrostático. A previsão é de que o sistema hidráulico comum, quando convertido, agregue ao processo 30% a 40% de economia e eficiência.
A conversão é possível por meio da utilização dos bicos desenvolvidos pela pesquisa que possuem determinadas características de vazão, ou seja, que possibilitam a emissão de gotas de dimensões mais adequadas ao sistema de pulverização eletrostática.
Segundo Aldemir Chaim, o sistema, ainda em fase de protótipo, permitirá que a agricultura brasileira se estabeleça em um novo cenário de pulverizações, mais tecnológico e eficiente. “A característica principal deste novo sistema é que o bico de pulverização eletrostático é capaz de realizar o mesmo trabalho que o hidráulico já realiza, mas acrescenta a capacidade de gerar carga eletrostática, fazendo com que as gotas também se depositem nas partes inferiores das folhas”, explica.
Sistema transportado com indução de ar
Esse sistema de pulverização eletrostática produz um dos maiores índices de carga de eletrificação de gotas já registrado no mundo para este tipo de equipamento, sendo indicado para plantas que apresentam alta densidade de folhas. “O diferencial desse equipamento é que as gotas são carregadas com mais eficiência para o interior das plantas pelo jato de ar que pulveriza o produto (ar comprimido), proporcionando atingir regiões mais escondidas, como galhos, folhas e caule”, esclarece o pesquisador.
Com tecnologia nacional, gerada na Embrapa, serve de base para outras patentes e tem despertado o interesse de várias empresas em difundir e aperfeiçoar a tecnologia.
Pulverizador costal eletrostático
Pequenos e médios produtores rurais agora poderão contar com um aliado importante para realizar o controle fitossanitário: o pulverizador eletrostático costal desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente.
O equipamento foi criado para operações de aplicação de caldas fitossanitárias, sejam elas químicas ou biológicas, fitorreguladores, inseticidas, produtos veterinários e outros usos rurais. Pode ser empregado em todas as culturas nas quais pulverizadores costais são indicados, especialmente naquelas referentes à olericultura e à fruticultura. Permite redução do uso de calda de pulverização em até 90% e possibilita índice de controle fitossanitário de até 97%.
A pulverização eletrostática
O método inovador de pulverização eletrostática tem demostrado capacidade de reduzir de 50% a 90% da calda aplicada por área, se comparado aos processos tradicionais de pulverização. Além disso, possibilita um aumento considerável nos índices de eficiência de controle de pragas, diretamente relacionadas às deposições mais completas do princípio ativo diretamente na planta-alvo.
A eficiência do sistema se baseia nas condições criadas para que gotas diminutas, medindo até 40 mícrons (metade da espessura de um fio de cabelo), atinjam áreas ou alvos que não seriam atingidos pelo processo de pulverização com bicos hidráulicos convencionais.
As pesquisas orientadas pela Embrapa Meio Ambiente são conduzidas por métodos eficientes de controle de pragas e doenças nas lavouras e ainda objetivam gerar soluções que também contemplem a redução dos riscos ambientais e sociais nos processos de controle fitossanitário, bem como nos custos dos equipamentos baseados em pulverização eletrostática.
Conforme o pesquisador Chaim, o surgimento de novas pragas e doenças determinou o uso de grandes quantidades de agrotóxicos e essas questões têm contribuído para a elevação dos custos de produção, contaminação do ambiente, alimentos e pessoas.
Mais informações sobre o tema – Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC).
Leia a reportagem completa no site da Embrapa.
Fonte: Marcos Vicente, Embrapa. Imagem: Marcos Alexandre, Embrapa.
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