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Novas tecnologias apoiam pesquisas sobre a língua falada
Laboratório da UFMG dedicado a estudos da linguagem fornece material inédito para pesquisa em diversas áreas
Reprodução
A fala varia conforme a ação ou o comportamento que a ela serve de contexto. Um professor que dá uma aula, um motorista que discute no trânsito, uma criança que brinca se expressam de modos diferentes. “Quando muda a ação, muda radicalmente a estrutura da fala. Não depende tanto se a pessoa é jovem ou idosa, mais ou menos culta, se vem do Norte ou do Sul do país”, afirma a Profa. Dra. Heliana Mello, coordenadora, juntamente com o Prof. Dr. Tommaso Raso, do Laboratório de Estudos Empíricos e Experimentais da Linguagem (Leel), vinculado à Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A equipe do laboratório estuda a fala espontânea em diferentes situações comunicativas, com falantes distintos e variadas formas de interação. De acordo com os coordenadores, a linguística sempre deu mais atenção à escrita e à fala selecionada (entrevistas, bate-papos, monólogos). Portanto, as conclusões eram tiradas de observações limitadas em termos de tipologias de comunicação. “A linguística de corpus, metodologia que usamos, é mais avançada para o estudo da escrita. No caso da fala, sofreu com limites tecnológicos e com a falta de consciência de que ela é diferente. A autonomia da fala como objeto de estudo é relativamente recente”, comenta Tommaso Raso.
Os pesquisadores têm à sua disposição softwares – como o WinPitch e o Praat – que fazem análise superfina dos aspectos acústicos, tanto segmentais (segmentos são os sons que compõem as palavras) quanto prosódicos (prosódia é tudo que é relacionado à melodia, ao tempo e à intensidade com as quais os segmentos são realizados). “Ninguém tem mais dúvida de que a prosódia é fundamental para a linguagem. Você pode dizer ‘João’ para chamar alguém, para fazer uma pergunta, para mostrar surpresa, entre muitas alternativas. A acionalidade da fala é elemento crucial”, diz Heliana Mello.
Tela do software WinPitch mostra o comportamento da fala em espectrograma
O projeto em que está envolvida a equipe do Leel – cerca de 20 pesquisadores, entre professores, doutorandos, mestrandos e bolsistas de iniciação científica – foi iniciado em 2007, com coleta e tratamento de dados para a formação de corpora. Cinco anos depois foi publicado o primeiro livro, C-Oral-Brasil I – Corpus de referência do português falado informal. Em 2018, será lançado o segundo volume, destinado a tratar da fala que se observa na mídia, nas conversas ao telefone e em situações formais, em contexto natural (face a face). A iniciativa foi abordada em reportagem da edição 2005 do Boletim UFMG.
Acesse a reportagem completa de Itamar Rigueira Jr. No Boletim UFMG.
Fonte: Itamar Rigueira Jr., Boletim UFMG. Imagem: Reprodução.
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