Notícia
Novas técnicas permitem compreender melhor o desenvolvimento do cérebro durante a gravidez
Estudo internacional usa imagens de ressonância magnética para analisar e monitorar a formação de substância branca no cérebro durante a gravidez
Divulgação, Universidade Politécnica de Madri
Fonte
UPM | Universidade Politécnica de Madri
Data
quarta-feira, 6 outubro 2021 06:45
Áreas
Física Médica. Imagens e Diagnóstico. Medicina. Neurociências. Saúde da Criança.
Saber como o cérebro se desenvolve durante a gravidez é fundamental para poder prever possíveis anomalias e doenças neurológicas no feto, bem como validar a eficácia dos diferentes tratamentos que podem ser aplicados. No entanto, devido à dificuldade em monitorar o desenvolvimento das conexões entre as diferentes áreas do cérebro, o conhecimento que se tem até agora dos processos de migração celular envolvidos na formação do cérebro e das diferentes conexões neurais vem principalmente de dados post mortem.
Com o objetivo de lançar mais luz sobre a formação do cérebro, e mais especificamente sobre a substância branca (aquela que se encontra nos níveis mais profundos ou subcorticais), uma equipe internacional de cientistas, incluindo pesquisadores do grupo de pesquisa em Tecnologias de Imagem Biomédica (BIT) da Universidade Politécnica de Madri (UPM) e do Centro de Pesquisa Biomédica em Bioengenharia, Biomateriais e Nanomedicina (CIBER-BBN), na Espanha, aplicaram técnicas inovadoras de ressonância magnética fetal para caracterizar o modo como se formam as conexões cerebrais no segundo e terceiro trimestres de gravidez.
O trabalho, que faz parte do desenvolvimento do Human Connectome Project do European Research Council (ERC), foi liderado por um grupo de pesquisadores do King’s College de Londres e contou ainda com a participação do Imperial College de Londres e da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
“Empregamos novas técnicas de imagem por ressonância magnética de difusão multicamadas de alta resolução angular para estudar em detalhes o desenvolvimento da substância branca fetal in vivo, incluindo os principais tratos ou canais de conexão do cérebro envolvidos na fisiopatologia dos distúrbios do neurodesenvolvimento”, explicou o Dr. Lucilio Cordero, pesquisador da UPM e um dos autores do trabalho.
Apesar da dificuldade da pesquisa, os autores se propuseram a atingir três objetivos. “Por um lado, queríamos caracterizar a maturação da microestrutura da substância branca durante o segundo e terceiro trimestres de gestação in vivo. Além disso, pretendemos validar e estender a análise padrão usando modelos avançados da microestrutura da substância branca. Com tudo isso, o objetivo final foi determinar padrões normativos de maturação em bebês nascidos a termo para investigar anomalias de desenvolvimento em bebês nascidos prematuramente”, disse o Dr. Lucilio Cordero.
Diferenças no desenvolvimento que podem ser fundamentais
Como resultado do trabalho, os pesquisadores encontraram trajetórias de maturação não linear para os principais biomarcadores convencionalmente usados, sugerindo a existência de processos biológicos complexos e regionalmente variáveis, o que torna as novas técnicas de imagem uma fonte de informação altamente detalhada. Além disso, os padrões observados são consistentes com as mudanças na configuração das células em torno da 30ª semana de gestação observadas anteriormente por estudos de imagem e histologia.
“Esses resultados permitem uma caracterização detalhada do desenvolvimento normal do cérebro e ampliam o conhecimento atual sobre este período crítico na conformação da conectividade na substância branca, o que nos dá novas pistas sobre o que devemos olhar para prever possíveis malformações ou falhas neurológicas no feto ”, conclui o pesquisador do BIT-UPM.
O estudo foi publicado na revista científica PNAS.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).
Fonte: Universidade Politécnica de Madri. Imagem: Divulgação, Universidade Politécnica de Madri.
Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar