Notícia

Novas perspectivas sobre o transtorno bipolar

Tecnologia pode auxiliar no controle e tratamento

Fonte

Annals of the New York Academy of Sciences

Data

sexta-feira, 29 abril 2016 20:45

Áreas

Psiquiatria. Psicologia. Neurologia. Bioeletrônica.

O transtorno bipolar (TB) é um distúrbio do humor caracterizado por alternância de episódios de euforia (mania) e depressão (melancolia). Cerca de 1,5% da população mundial é acometida pelo TB, sendo que em até 70% dos casos o distúrbio pode ocorrer devido à herança genética. A causa do TB é desconhecida, porém pode ser desencadeada por situações que provocam ansiedade e stress, como troca de emprego, fim de casamento ou morte de ente querido.

O desequilíbrio na secreção de neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e dopamina) afeta determinadas regiões do cérebro como o hipocampo e córtex pré-frontal. O início dos sintomas se manifesta normalmente na infância ou adolescência devido a “agitação excessiva” ou perda de interesse em atividades do dia-a-dia, com dificuldades no relacionamento interpessoal, queda no rendimento escolar e faltas no trabalho. Os sintomas de mania e tristeza podem ocorrer juntos, o que é chamado TB misto. A associação com dependência de álcool e outra drogas é comum, podendo chegar a 40% dos casos. A síndrome do pânico pode estar presente em 30% dos pacientes. Pensamentos e tentativas de suicídio podem estar presentes em 20% dos casos e a expectativa de vida é menor em cerca de 10 anos nos portadores de TB. O diagnóstico pode demorar para ser realizado devido à dificuldade na identificação do TB, muitas vezes tido como “frescura” ou pessoa com “personalidade esquisita”.

O tratamento é realizado com medicamentos estabilizadores de humor, antidepressivos e antipsicóticos. O lítio pode ser utilizado nas fases de mania, porém a dosagem e posologia devem ser monitoradas devido à toxicidade e efeitos deletérios na função renal, gravidez e alterações teratológicas nos fetos. Outros agentes anticonvulsivantes como o valproato e a carbamazepina atuam na modulação dos neurotransmissores, controlando os níveis séricos que exacerbam os sintomas. A associação com terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia interpessoal e de ritmo social, terapia familiar e conjugal, além da psicoeducação são consideradas ferramentas auxiliares para o controle do TB. A falta de adesão ao tratamento é comum e pode agravar o quadro, com aumento das crises e recaídas, algumas vezes sendo necessário o uso da eletroconvulsoterapia.

O uso da tecnologia pode auxiliar no monitoramento dos batimentos cardíacos, temperatura corpórea, alterações na postura e outras variáveis através de smartphones, tablets, adesivos cutâneos e aparelhos no punho para capturar essas informações via aplicativos e assim alertar aos pacientes e equipe médica sobre as crises de mania ou depressão, permitindo um melhor controle do TB. Outra inovação no tratamento tem sido através da aplicação de biosensores para reprogramação celular com modificação genética dos circuitos neurais responsáveis pelo TB. Esses testes têm sido realizados em modelos celulares e em ratos. Essas inovações foram publicados em artigo recente na revista científica Annals of The New York Academy of Sciences.

Acesse o artigo completo (em inglês).

Fonte: Annals of the New York Academy of Sciences.

 

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