Notícia

Novas perspectivas para o tratamento do Alzheimer

Inibidor enzimático imita efeito da insulina

Pixabay

Fonte

Associação Brasileira de Alzheimer, FMUSP e revista “Journal of Alzheimer’s Disease”

Data

terça-feira, 31 janeiro 2017 13:20

Áreas

Medicina. Psiquiatria. Saúde Pública.

O Brasil irá duplicar o número de idosos até 2030, quando a previsão é que 18% da população esteja acima de 60 anos. Esse grupo irá ultrapassar o percentual da população de 0 a 14 anos, que corresponderá a 17% da população e sempre foi o responsável pelo maior contingente etário no país até o momento. Com o avanço da longevidade, aumentará progressivamente o número de pessoas com demência, sendo que, no mundo, um caso de demência é diagnosticado a cada 3 segundos. Doença não letal, a demência provoca a perda da independência do individuo, compromete a memória e a capacidade de tomar decisões, a orientação no tempo e espaço, provoca alteração do comportamento e do raciocínio. Dentre os principais fatores de risco destacam-se a obesidade, o uso de álcool, o sedentarismo e a depressão. Atualmente, no Brasil, 54% dos idosos com demências têm Alzheimer, 9% possuem demências vasculares e 14% demências mistas. A projeção para 2020 é que número de portadores de Alzheimer no Brasil acometa cerca de 1,6 milhões de portadores, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). No Sistema Único de Saúde (SUS), somente o Alzheimer gerou 38,13 milhões de atendimentos ambulatoriais no ano de 2015. Para tratar esses pacientes, o Ministério da Saúde disponibiliza, sob recomendação médica, a rivastigmina, a donepezila e a galantamina.

Um dos medicamentos que está na fase II de testes clínicos é o Tideglusib (nome comercial  Nypta®, desenvolvido pela indústria farmacêutica Noscira) que é um inibidor da enzima glicogênio-sintase-quinase 3 (GSK-3 ß) que está envolvida na ligação da proteína ß amilóide e a hiperfosforilação da proteína Tau, responsável pela degeneração neural encontrada nos portadores de Alzheimer. A GSK-3 ß atua no metabolismo do glicogênio, e em aspectos funcionais essenciais do funcionamento neural como: neuroplasticidade, neurotransmissão, metabolismo celular, crescimento neuronal, polarização e neurogênese hipocampal. A inibição GSK-3 ß pode imitar o efeito da insulina e reduzir a hiperfosforilação da proteína Tau.

A tese de doutorado apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) pelo psiquiatra Dr. Breno Satler de Oliveira Diniz sob orientação do Prof. Dr. Orestes Vicente Forlenza verificou que a atividade da GSK-3 ß pode ser considerada um marcador de estado em pacientes idosos com episódios depressivos mais graves e ser um importante alvo para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas para estes quadros.  Os resultados preliminares do estudo clínico mostraram a segurança do medicamento e foram publicados no periódico científico Journal of Alzheimer’s Disease  volume 45, (1):75-88 em 2015.

O Ministério da Saúde tem trabalhado com programas de incentivo à atividade física, como o “Academia da Saúde”, que tem 1.165 polos em todos os estados brasileiros, e o incentivo à alimentação saudável, com a divulgação de guias alimentares e a redução do sódio nos alimentos como medidas preventivas para a demência.

Acesse a página da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).

Acesse a tese de doutorado da FMUSP.

Acesse o resumo do artigo científico da revista “Journal of Alzheimer’s Disease”.

Fonte: Associação Brasileira de Alzheimer, FMUSP e revista “Journal of Alzheimer’s Disease”.. Imagem: Pixabay.

 

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