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Novas nanofibras com materiais biorreabsorvíveis podem ser usadas em veias artificiais e no desenvolvimento de próteses

Nanofibras podem ser produzidas com uma variedade de dimensões, capazes de se encaixar em qualquer componente do sistema vascular

Paul_McManus via Pixabay

Fonte

UFRN | Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Data

quinta-feira, 25 maio 2023 13:10

Áreas

Bioengenharia. Biologia. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Engenharia de Tecidos. Hematologia. Medicina. Nanotecnologia.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) receberam recentemente a carta patente de uma nova tecnologia que pode ser empregada no desenvolvimento de próteses para implantes ósseos, neurais (sistema nervoso periférico) e vasculares, com boa capacidade de promover a regeneração de vasos sanguíneos, angiogênese e adaptação biomecânica aos tecidos nativos. Esses possíveis componentes artificiais, após promoverem o crescimento e proliferação celular do tecido local, são substituídos totalmente pelo tecido nativo com a reconstituição e simultânea decomposição em ambiente biológico no corpo do paciente. O grupo de autores da inovação é formado pelo Dr. Rógerson Rodrigues Freire Ramos, professor da UFRN, pelo Dr. José Daniel Diniz Melo, professor e reitor da UFRN, e pelo Dr. Eliton Souto de Medeiros, professor da UFPB.

O Dr. Rógerson esclareceu que o dispositivo criado trata de componentes empregados no processo de fabricação de nanofibras por meio da técnica de fiação por sopro em solução. “A patente não é [referente à] prótese nem implante, que fique claro. O objeto da concessão é um processo capaz de conformar nanofibras em túbulos, como canudinhos, fabricados com materiais bioreabsorvíveis que podem vir a ser utilizados como veias artificiais. Então, você está com algum problema vascular, uma veia entupida no coração, ao invés de tirar a ponte de safena da perna, utiliza-se esse tubinho, que pode se adequar às dimensões de qualquer componente do sistema vascular, reduzindo o número de intervenções cirúrgicas necessárias para o tratamento do paciente, que teria o vaso sanguíneo reconstituído totalmente com o crescimento celular do tecido natural, e decomposição in situ da prótese”, explicou o professor Rógerson Ramos.

O pesquisador destacou que, durante o estudo, foi feita a análise mecânica dos ‘canudinhos’, que puderam ser produzidos com uma variedade de dimensões, capazes de se encaixar em qualquer componente do sistema vascular. Hoje professor do Departamento de Engenharia Têxtil da UFRN, o Dr. Rógerson Ramos disse que foram desenvolvidos uma matriz de fiação, com múltiplos bicos de alimentação e um coletor intermediário de formato cônico. As estruturas são criadas a partir daí, com movimentos de rotação para que se adquira a forma helicoidal das nanofibras ao longo da estrutura tubular.

“Esses dispositivos, aliados a etapas posteriores de extração e tratamento térmico, proporcionam a obtenção de estruturas tridimensionais com boa estabilidade mecânica e capacidade de adaptação morfológica. Isso significa que, ao fim do processo, a prótese é degradada totalmente e eliminada por rotas metabólicas sem que haja prejuízo ao paciente, permanecendo o tecido natural reconstituído”, relatou o professor Rógerson. Na época em que aconteceu o depósito do pedido de patente, em 2017, o professor era doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da UFRN, enquanto que os testes ocorreram no Laboratório de Materiais e Biossistemas, vinculado à Pós-Graduação em Engenharia de Materiais da UFPB.

Orientador da pesquisa, o professor José Daniel Diniz Melo situou a importância do dispositivo pela sua capacidade de produzir materiais nanoestruturados, tridimensionais, com boa estabilidade dimensional e controle morfológico refinado. Esse domínio é baseado numa disposição fractal, ou seja, que se repete desde as interconexões nanométricas entre as fibras, passando pela microestrutura até o aspecto visual macro, perceptível a olho nu.

Atualmente reitor da UFRN, o Dr. Daniel Diniz acredita que a busca pela patente dentro do âmbito acadêmico estimula nas instituições de ensino e pesquisa o desenvolvimento de novas tecnologias por meio da proteção à propriedade intelectual, “o que vai fomentar o interesse dos alunos por investigações científicas e contribuir para o desenvolvimento tecnológico nacional, a formação intelectual e a capacitação profissional da população acadêmica”, ressaltou.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Fonte: Wilson Galvão, AGIR/UFRN. Imagem: ilustração de nanofibras. Fonte: Paul_McManus via Pixabay.

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