Notícia

Nova tecnologia pode permitir diagnóstico “plug-and-play”

Blocos modulares podem permitir que laboratórios em todo o mundo criem seus próprios diagnósticos de modo fácil e com baixo custo

Melanie Gonick, MIT

Fonte

MIT | Instituto de Tecnologia de Massachusetts

Data

quarta-feira, 16 maio 2018 17:30

Áreas

Nanotecnologia.

Pesquisadores do Laboratório de Dispositivos Pequenos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um conjunto de blocos modulares que podem ser reunidos de diferentes maneiras para produzir dispositivos de diagnóstico. Esses dispositivos “plug-and-play”, que exigem pouca experiência para montar, podem medir os níveis de glicose no sangue em pacientes diabéticos ou detectar infecções virais, entre outras funções.

“Nossa motivação de longo prazo é permitir que laboratórios pequenos e com poucos recursos gerem suas próprias bibliotecas de diagnósticos plug-and-play para tratar suas populações de pacientes locais de forma independente”, diz a Dra. Anna Young, co-diretora do Laboratório de Pequenos Dispositivos do MIT.

Usando este sistema, chamado de blocos Ampli, a equipe do MIT está trabalhando em dispositivos para detectar o câncer, assim como o vírus Zika e outras doenças infecciosas. Os blocos são baratos, custam cerca de 6 centavos de dólar cada conjunto de quatro blocos e não exigem refrigeração ou manuseio especial, tornando-os interessantes para países em desenvolvimento.

“Nós vemos esses kits de construção como uma maneira de reduzir as barreiras à fabricação de tecnologia médica”, afirma o Dr.  Jose Gomez-Marquez, co-diretor do Laboratório.

Diagnósticos personalizados

Na última década, muitos pesquisadores têm trabalhado em dispositivos de diagnóstico portáteis, pequenos, baseados em reações químicas que ocorrem em tiras de papel. Muitos desses testes fazem uso da tecnologia de fluxo lateral, que é a mesma abordagem usada em testes de gravidez caseiros.

Apesar desses esforços, esses testes não foram amplamente implantados. Um obstáculo, diz o Dr. Gomez-Marquez, é que muitos desses dispositivos não são projetados tendo em mente a manufatura em larga escala. Outro obstáculo é que as empresas podem não estar interessadas em produzir em massa um diagnóstico para uma doença que não afeta um grande número de pessoas.

Os pesquisadores do Laboratório de Pequenos Dispositivos perceberam que poderiam disponibilizar estes diagnósticos para muito mais pessoas se criassem um kit de componentes modulares que podem ser reunidos para gerar exatamente o que o usuário precisa. Para esse fim, eles criaram cerca de 40 blocos de construção diferentes que funcionários de laboratórios em todo o mundo poderiam facilmente montar sozinhos.

Melhor desempenho

Os pesquisadores também mostraram que, em alguns aspectos, esses blocos podem superar as versões anteriores dos dispositivos de diagnóstico de papel. Por exemplo, eles descobriram que podiam executar uma amostra para frente e para trás sobre uma tira de teste várias vezes, aprimorando o sinal. Isso poderia facilitar a obtenção de resultados confiáveis a partir de amostras de urina e saliva, que geralmente são mais diluídas do que as amostras de sangue, mas são mais fáceis de obter dos pacientes.

“Essas são coisas que não podem ser feitas com testes de fluxo lateral padrão, porque eles não são modulares – você só pode executá-los uma vez”, diz o Dr. Hamad-Schifferli, um dos cientistas envolvidos com a pesquisa.

A equipe está agora trabalhando em testes para o vírus do papiloma humano, malária e doença de Lyme, entre outros. Eles também estão trabalhando em blocos que podem sintetizar compostos úteis, incluindo drogas, bem como blocos que incorporam componentes elétricos, como LEDs.

Os pesquisadores publicaram os resultados deste estudo na edição de 16 de maio da revista científica Advanced Healthcare Materials.

Acesse a matéria completa na página do MIT (em inglês).

Fonte: Anne Trafton, MIT News Office. Imagem: Melanie Gonick, MIT.

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