Notícia

Nova tecnologia auxilia diagnóstico médico a distância

Pesquisadores da UFF desenvolvem sistema de acompanhamento médio holográfico

Divulgação, UFF

Fonte

UFF

Data

segunda-feira, 30 outubro 2017 10:25

Áreas

Bioinformática. Computação Gráfica. Segurança de Dados. Saúde Pública.

O Sistema de Saúde Holográfica, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), levará acompanhamento médico virtual para locais distantes e de difícil acesso. Através do Projeto Telessaúde da UFF, moradores do interior do Acre, Amazonas e Pará, por exemplo, poderão receber atendimento clínico ágil e de qualidade. A iniciativa, que visa contribuir para a saúde e bem-estar da população, é uma parceria com o Exército e a Marinha do Brasil e conta com suporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

O sistema permite que uma junta médica acompanhe um atendimento clínico, mesmo a milhares de quilômetros de distância. Os pacientes poderão ser observados numa imagem 3D em cores, interagindo durante a consulta, ajudando no diagnóstico e, em casos específicos, contribuindo na decisão por cirurgia ou transferência para outra localidade. O consultório virtual é composto de maca, mesa, cadeira e tem equipamentos para auxiliar a consulta pela internet, como webcam, microfone, computador para a transmissão da imagem holográfica e iluminação especial para garantir a boa visibilidade do doente. Dessa forma, o médico que está junto ao paciente recebe em tempo real o apoio e a participação da equipe de especialistas de um centro urbano melhor equipado.

Desenvolvido pelos pesquisadores do Núcleo de Estudos de Tecnologias Avançadas da Escola de Engenharia (Netav/UFF)em parceria com o Corpo de Saúde do Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), o sistema foi testado pela Marinha na operação do navio de apoio às atividades na Antártida e, também foi avaliado em navios-hospitais que atendem populações ribeirinhas da Amazônia. Na UFF, o consultório virtual contribuiu para a realização de testes psicológicos e diagnósticos precoces de demência, No Hospital Central do Exército (HCE), está sendo definido um protocolo que, no futuro, ajude a equipe médica a identificar doenças de pele.

A construção de um consultório virtual tem custo estimado em menos de R$ 10 mil e utiliza equipamentos simples, com baixo custo de manutenção. “A imagem refletida em uma tela fina, posicionada à frente da junta médica, garante a sensação de conforto e tridimensionalidade. Pelo sistema holográfico, é possível acompanhar a cena completa. Os médicos podem observar o paciente dos pés à cabeça, seus gestos e sinais de relaxamento ou tensão”, destaca o engenheiro de telecomunicações, professor e coordenador geral do projeto, Dr. Julio Cesar Rodrigues Dal Bello. “O emprego da holografia em shows já era conhecido, mas as imagens transmitidas não eram feitas em tempo real”, explica a também engenheira, professora e coordenadora científica do projeto, Dra. Natalia Castro Fernandes.

O projeto começou a ser desenvolvido em 2012, no Centro de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, Serviço de Geriatria do Huap. Segundo a coordenadora da equipe de Saúde, Dra. Yolanda Eliza Moreira Boechat, a ideia foi de uma ex-aluna da pós-graduação, que queria promover a interiorização do serviço. A equipe de engenharia do Netav/UFF foi, então, desafiada a dar uma solução tecnológica.

Segundo o Dr. Julio Cesar, o sistema criado pela equipe da UFF garante a segurança no envio e compartilhamento de dados dos pacientes, que são transmitidos dos consultórios virtuais até o centro de saúde holográfico de forma criptografada, utilizando a rede de telecomunicações terrestre ou satélite.

A Dra. Yolanda Boechat anunciou que um projeto de extensão está sendo planejado para o curso de Medicina em Oriximiná, no Pará, onde a UFF tem uma unidade avançada de atendimento médico-ambulatorial à população local, de 50 mil habitantes. Além de aperfeiçoar o sistema, com novas funcionalidades, o grupo pretende também contribuir na implantação da tecnologia nas unidades de fronteira do Exército e criar um banco de dados sobre doenças tropicais. “É preciso que toda a sociedade não só conheça o potencial do projeto e de seus pesquisadores, mas também saiba que é desenvolvido no Brasil. Essa é uma estratégia que vai além da assistência à saúde, contribuindo para o ensino e a pesquisa científica”, conclui.

Fonte: Assessoria de Imprensa, Universidade Federal Fluminense. Imagem: Divulgação, UFF.

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