Notícia

Nova tecnologia assistiva abre portas para operação independente de dispositivos como smartphones para usuários de cadeira de rodas tetraplégicos

Divulgação, Georgia Tech

Fonte

Georgia Tech | Instituto de Tecnologia da Georgia

Data

terça-feira, 15 março 2022 14:50

Áreas

Bioeletrônica. Engenharia Biomédica. Inclusão Social. Inteligência Artificial. Tecnologias Assistivas. Terapia Ocupacional.

A Clínica Brooks Rehabilitation, nos Estados Unidos,  anunciou recentemente que o estudo MagTrack, um esforço de pesquisa colaborativo com a Escola de Engenharia Elétrica e de Computação do Instituto de Tecnologia da Georgia (Georgia Tech)  foi concluído com sucesso. O feedback da equipe clínica da Brooks e de seus pacientes permitiu que os engenheiros do Georgia Tech transformassem seu protótipo de pesquisa inicial em uma versão pronta para o usuário que foi testada por mais de 17 usuários de cadeiras de rodas motorizadas que vivem com tetraplegia – forma de paralisia causada por lesão na medula espinhal que afeta os braços, mãos, tronco, pernas e órgãos pélvicos.

A colaboração entre as equipes da Clínica Brooks e do Georgia Tech criou um caminho para um aplicativo inovador e inédito para pessoas com deficiência. As equipes – compostas por médicos, terapeutas clínicos e engenheiros – reuniram conhecimentos multidisciplinares em ciência avançada, tecnologia e reabilitação clínica.

“Nos encontramos com a equipe do Georgia Tech anos atrás, quando ouvimos pela primeira vez sobre os avanços de pesquisa que eles estavam alcançando para usuários de cadeiras de rodas. A Brooks está constantemente procurando por tecnologia que seja útil para nossa população de pacientes que vivem com lesões na medula espinhal e deficiências de mobilidade. Ver para onde o projeto MagTrack avançou desde os estágios iniciais deste estudo é incrível”, disse a Dra. Geneva Tonuzi, diretora médica do programa de lesão medular, programa de tratamento diário de lesão medular e distúrbios relacionados da Clínica Brooks.

Como resultado dessa colaboração da engenharia com a clínica, o MagTrack foi criado como uma tecnologia assistiva de ponta que permite que os usuários de cadeiras de rodas motorizadas controlem seus dispositivos conectados (por exemplo, smartphone ou computador) e conduzam suas cadeiras de rodas elétricas usando um controlador multimodal alternativo. Além disso, o dispositivo assistivo foi projetado para ser vestível, sem fio e adaptável à condição específica do usuário. O estudo MagTrack está ganhando elogios de pacientes e cientistas e foi publicado na revista científica IEEE Transactions on Biomedical Engineering.

Desde o início, os estudos do MagTrack testaram o desempenho do Head-Tongue Controller (HTC), uma versão anterior da tecnologia MagTrack, em sua capacidade de realizar complexas interações homem-máquina que poderiam melhorar a qualidade de vida dos usuários. O HTC do MagTrack permite que o usuário execute uma variedade de tarefas complexas em um único controlador através do uso de movimentos da língua e da cabeça, que são detectados por óculos e um minúsculo marcador que é temporariamente colado na língua usando o adesivo biocompatível PeryAcryl da Glustitch. Os comandos específicos do destino são gerados a partir desses movimentos usando modelos avançados de processamento de dados e aprendizado de máquina. Essa combinação de modalidades de entrada permite que o usuário execute uma variedade de funções diárias com controle personalizável, desde a execução de tarefas complexas do computador (por exemplo, navegação pelo mouse, rolagem, arrastar e soltar) até a conclusão de manobras de direção avançadas quando conectado a uma cadeira de rodas motorizada.

No estudo mais recente, os pesquisadores conectaram a tecnologia MagTrack a uma única cadeira de rodas motorizada e recrutaram 17 pacientes voluntários da Brooks Rehabilitation para testar a funcionalidade e a usabilidade do dispositivo, completando um conjunto de tarefas de direção simples e avançadas. Os resultados mostraram que novos usuários do MagTrack podem concluir essas tarefas com a mesma rapidez, e às vezes até mais rápido, com o HTC do MagTrack, em vez de controlador alternativo pessoal. Como a sessão de estudo durou menos de 3 horas – e em uma cadeira de rodas motorizada que não era sua -, prevê-se que os participantes sejam mais proficientes e, portanto, tenham um melhor desempenho com o MagTrack, se tiverem mais tempo para se familiarizar com seu capacidades multimodais e usando sua própria cadeira de rodas motorizada.

A equipe do Georgia Tech já está trabalhando em uma nova versão do MagTrack que não é apenas mais discreta, mas também inclui detecção de gestos faciais que aumentam significativamente seus recursos de controle. Graças a uma doação da Georgia Research Alliance, esta nova versão do MagTrack será testada em um grupo focal e em testes simulados em um ambiente doméstico. No próximo ano, a equipe planeja disponibilizar o MagTrack para os primeiros usuários para testes de validação em casa para melhorar ainda mais a tecnologia antes de prosseguir até a comercialização.

Este estudo bem-sucedido é apenas um começo, pois, em sua essência, o MagTrack é um novo tipo de rastreador de movimento corporal. A equipe do Georgia Tech está trabalhando em vários projetos do MagTrack para ser usado como um articulógrafo vestível para distúrbios motores da fala, bem como um sistema de rastreamento de mãos e articulações para reabilitação física e até mesmo como rastreamento de dedos para aplicações com realidade virtual ou aumentda.

A equipe MagTrack fará parceria com o Centro Global para Inovação Médica para auxiliar na estratégia regulatória e no planejamento de projetos para fazer a transição da tecnologia do laboratório para o mercado.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto de Tecnologia da Georgia (em inglês).

Fonte: Georgia Parmelee, Georgia Tech. Imagem: Divulgação, Georgia Tech.

Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.