Notícia
Nova esperança para tratar e reverter a osteoartrite
Tratamento atual da osteoartrite controla os sintomas em vez de abordar a doença subjacente, mas novo estudo mostrou que a condição pode ser tratável e reversível
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Fonte
Universidade de Adelaide
Data
segunda-feira, 6 novembro 2023 20:10
Áreas
Bioengenharia. Biologia. Biomecânica. Células-tronco. Envelhecimento. Fisioterapia. Medicina. Ortopedia. Saúde Pública.
A osteoartrite é a degeneração da cartilagem e de outros tecidos nas articulações, sendo uma condição progressiva e de longo prazo que afeta a mobilidade das pessoas. Muitas vezes descrita como uma condição de ‘desgaste’, fatores como envelhecimento, obesidade, lesões e histórico familiar contribuem para a progressão da osteoartrite.
Historicamente, a osteoartrite é considerada uma doença sem cura. Mas, recentemente, pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, descobriram uma nova população de células-tronco – marcadas pelo gene Gremlin 1 (Grem1)– responsável pela progressão da osteoartrite.
O tratamento com fator de crescimento de fibroblastos 18 (FGF18) estimulou a proliferação de células Grem1 na cartilagem articular de camundongos, levando a uma recuperação significativa da espessura da cartilagem e à redução da osteoartrite.
As células Grem1 apresentam oportunidades para a regeneração da cartilagem e a sua descoberta terá relevância para outras formas de lesões e doenças da cartilagem, que são notadamente difíceis de reparar e tratar.
“As descobertas do nosso estudo reimaginam a osteoartrite não como uma condição de ‘desgaste’, mas como uma perda ativa e farmaceuticamente reversível de células-tronco críticas da cartilagem articular”, disse a Dra. Jia Ng, professora da Escola de Medicina da Universidade de Adelaide, que coliderou o estudo publicado na revista científica Nature Communications.
“Com esta nova informação, podemos agora explorar opções farmacêuticas para atingir diretamente a população de células estaminais que é responsável pelo desenvolvimento da cartilagem articular e pela progressão da osteoartrite”, continuou a pesquisadora.
Embora a Dra. Jia Ng descreva os tratamentos atuais para a osteoartrite como uma ‘abordagem do tipo Band-Aid‘, este novo entendimento poderá levar a um tratamento farmacêutico que reverta a osteoartrite e ajude a abordar os resultados de saúde associados à doença.
“As comorbidades conhecidas da osteoartrite incluem doenças cardíacas, pulmonares e renais, condições mentais e comportamentais, diabetes e câncer. “Nosso estudo sugere que pode haver novas maneiras de tratar a doença, em vez de apenas os sintomas, levando a melhores resultados de saúde e qualidade de vida para pessoas que sofrem de osteoartrite”, destacou a pesquisadora.
Embora esta descoberta seja limitada [por enquanto] a modelos animais, a Dra. Jia Ng disse que existem semelhanças genéticas com amostras humanas e que os testes em humanos estão em andamento. “Estamos ansiosos pelo resultado destes estudos e por contribuir para uma melhor compreensão de um mecanismo farmacêutico para tratar a osteoartrite”, disse ela.
Os resultados de um estudo clínico de cinco anos usando FGF18, conhecido clinicamente como Sprifermin, foram publicados em 2021 com potencial benefício clínico em longo prazo e sem preocupações de segurança.
A fase III do estudo com Sprifermin está em andamento e os pesquisadores preveem o acesso público a este tratamento em breve.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Adelaide (em inglês).
Fonte: Johnny von Einem, Universidade de Adelaide. Imagem: Freepik.
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