Notícia
Nova arma na luta contra a perda de músculo esquelético
Hormônio que interfere na massa muscular pode ser vital para pessoas idosas e pacientes com câncer e obesos
Getty Images
Fonte
Universidade de Bergen
Data
terça-feira, 11 julho 2017 10:45
Áreas
Bioquímica. Endocrinologia. Biomecânica. Reabilitação.
A massa reduzida do músculo esquelético, como observado em muitas situações, incluindo o envelhecimento, doenças crônicas (obesidade, câncer, doenças renais), imobilização ou durante os vôos espaciais, é conhecida por impactar fortemente a qualidade de vida, podendo até aumentar o risco de morte. Uma equipe de pesquisa liderada pelo Dr. Jérôme Ruzzin, do Departamento de Biologia da Universidade de Bergen, na Noruega, em colaboração com cientistas franceses, descobriu que o fator de crescimento de fibroblasto 19 (FGF19) é capaz de aumentar a massa muscular esquelética in vivo em camundongos, bem como aumentar o tamanho das células do músculo esquelético humano in vitro. Usando diferentes modelos de camundongos, os pesquisadores demonstraram ainda que o FGF19 diminui a perda muscular, destacando assim o potencial uso terapêutico do FGF19. Essas descobertas foram publicadas na edição de 26 de junho na revista científica Nature Medicine.
O FGF19 é uma enterocina (hormônio secretado pelo intestino), bem conhecido por seus efeitos sobre o metabolismo do ácido biliar no fígado, mas também tem como alvo diferentes tecidos e exerce papel crítico na manutenção da glicose e da homeostase lipídica. Ao investigar o potencial terapêutico do FGF19 em doenças metabólicas como diabetes tipo 2 e obesidade, os pesquisadores identificaram uma nova função do FGF19 na regulação da massa muscular esquelética.
Tratando camundongos com FGF19 durante 7 dias, os cientistas observaram que os animais ganharam menos peso corporal e tecido adiposo apesar de comer mais alimentos e descobriram que a massa muscular esquelética aumentava, associada a uma notável melhora da força muscular. Eles também demonstraram que o efeito do FGF19 no músculo esquelético foi devido à ampliação do tamanho da fibra, independentemente dos tipos de fibras e, no nível molecular, identificaram a via de sinalização que controla o efeito hipertrófico do FGF19 no músculo esquelético.
Os pesquisadores estudaram ainda o potencial terapêutico do FGF19 em diferentes modelos de perda muscular em ratos, incluindo animais tratados com dexametasona (um glucocorticóide) e um modelo de obesidade genético. Também estudaram ratos idosos como modelo de sarcopenia. Em todos esses modelos diferentes, os pesquisadores descobriram que o tratamento com FGF19 poderia preservar ou aumentar a massa muscular e a força muscular esquelética, apoiando um potencial uso terapêutico de FGF19 contra o desgaste muscular.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Fonte: Jens Helleland Adnanes, Universidade de Bergen. Imagem Getty Images.
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