Notícia
Nanotecnologia inteligente pode ajudar na entrega mais precisa de insulina
Sistema como um ‘pâncreas artificial’ pretende liberar insulina de forma precisa e inteligente apenas quando o corpo realmente precisa
stefamerpik via Freepik
Fonte
Universidade Monash
Data
quarta-feira, 15 março 2023 06:05
Áreas
Bioengenharia. Biologia. Biotecnologia. Endocrinologia. Engenharia Biológica. Engenharia Biomédica. Medicina. Metabolismo. Nanotecnologia. Pediatria. Saúde Pública.
Um sistema que disponibilizaria insulina de modo mais eficiente e preciso, respondendo a mudanças na glicemia e eliminando a necessidade de que pessoas com diabetes tipo 1 precisassem fazer repetidamente a medição de seus níveis de glicose no sangue, pode estar um passo mais perto da realidade, graças a um projeto liderado pela Universidade Monash, na Austrália.
Publicado na revista científica Advanced Materials, o estudo pré-clínico analisou um sistema como um ‘pâncreas artificial’ para liberar insulina de forma precisa e inteligente apenas quando o corpo realmente precisa, tornando o controle da glicose no sangue [glicemia] mais confiável.
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade Monash, da Universidade RMIT, da Universidade de Melbourne e do Baker Heart and Diabetes Institute, na Austrália. O Dr. Rong Xu, coautor do estudo e pesquisador do Centro Australiano de Doenças do Sangue da Universidade Monash, e o Dr. Sukhvir Kaur Bhangu, professor da Universidade RMIT e da Universidade de Melbourne, disseram que, se funcionar em humanos, seriam necessárias apenas duas injeções por dia.
A atual terapia com insulina exige que as pessoas monitorem o glicemia ao longo do dia e tomem doses múltiplas e cuidadosamente calculadas com base na ingestão de alimentos, exercícios, estresse, doenças e outros fatores. Algumas pessoas podem precisar injetar insulina até cinco vezes ao dia. Os dispositivos de monitoramento contínuo da glicose eliminam, ou pelo menos reduzem, a necessidade de picadas nos dedos, e as bombas de insulina podem fornecer insulina automaticamente, mas são muito caras e nem sempre são capazes de calcular a quantidade correta de insulina a ser administrada.
A equipe multidisciplinar desenvolveu um novo ‘sistema de pâncreas artificial’ usando nanopartículas de fitoglicogênio, que são cadeias de moléculas de glicose chamadas de ‘plataforma de nanoaçúcar’, pois são feitas de glicose, para fornecer e liberar insulina em resposta aos níveis de glicose no sangue.
Essa plataforma de nanoaçúcar permitiria a entrega rápida e sustentada de insulina responsiva à glicose, que foi mais duradoura e mais inteligente do que outros sistemas.
O Dr. Rong Xu disse que o sistema exige apenas uma injeção a cada 12 horas, autorregulada. “Este sistema significaria menos injeções e, potencialmente, nenhuma necessidade de medir a glicose”, disse o Dr. Xu.
O Dr. Christoph Hagemeyer, chefe do Laboratório de NanoBiotecnologia do Centro Australiano de Doenças do Sangue da Universidade Monash e coautor principal do trabalho, disse que mais pesquisas são necessárias, mas os resultados são promissores. Ele ressaltou que a plataforma de nanoaçúcar é biodegradável, o que permitiria um controle rápido e estendido da glicose em dois modelos diferentes de diabetes tipo 1 com uma única injeção. “As partículas de nanoaçúcar são projetadas para controlar a liberação e absorção de insulina pelo sistema linfático para o sangue”, disse o pesquisador.
A Dra. Francesca Cavalieri, professora da Universidade RMIT, disse que a equipe de pesquisa, que incluiu vários médicos, agora espera obter financiamento para continuar o projeto e, eventualmente, realizar ensaios clínicos. “Este novo método não é apenas eficiente, é biodegradável e usa métodos naturais, o que reduz significativamente as chances de efeitos adversos ou reações imunológicas”, concluiu a pesquisadora.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).
Fonte: Universidade Monash. Imagem: stefamerpik via Freepik.
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