Notícia
Mulheres da área da saúde podem ter risco aumentado de estresse, burnout e depressão durante a COVID-19
As primeiras conclusões de pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, sugerem que a pandemia está levando a vários resultados negativos para a saúde das mulheres que trabalham com a saúde
Getty Images
Fonte
Universidade de Toronto
Data
sexta-feira, 31 julho 2020 11:00
Áreas
Saúde da Mulher. Saúde Pública.
As mulheres profissionais da área da saúde – que representam 80% da força de trabalho em saúde do Canadá e no Brasil estima-se que representem cerca de 70% – correm maior risco de estresse, desgaste e depressão durante a pandemia da COVID-19, de acordo com um estudo liderado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Toronto, no Canadá.
As descobertas foram publicadas em artigo que ainda não foi revisado por pares, estão está disponível no formato de pré-impressão.
“Nossas descobertas iniciais sugerem que a pandemia está resultando em vários resultados negativos para a saúde das mulheres, especificamente mulheres mais jovens e em meio de carreira, desencadeadas por uma variedade de fatores individuais, organizacionais e de nível de sistema”, disse a Dra. Abi Sriharan, professora da Universidade de Toronto que liderou o estudo.
As profissionais de saúde são vulneráveis ao aumento do estresse, esgotamento e depressão durante uma pandemia, o que pode levar ao abuso de substâncias e a pensamentos suicidas. Relatórios recentes mostram que a COVID-19 afetou social, psicológica e economicamente as mulheres por causa de seus papéis de cuidadoras primárias.
A equipe de pesquisadores, que estudou estresse, burnout e depressão entre mulheres ativas nos cuidados de saúde durante a pandemia do novo coronavírus e também as potenciais intervenções, identificou vários gatilhos comuns. Os pesquisadores citam: fatores individuais, como idade e status familiar; fatores relacionados às condições de trabalho, como acesso a equipamentos de proteção individual, treinamento e preparação para cuidar de pacientes com COVID-19; e fatores no nível de sistemas, como diretrizes claras e reconhecimento pelo trabalho.
“Se não agirmos rapidamente para criar uma cultura organizacional para apoiar as mulheres que trabalham na área da saúde, haverá impactos significativos em longo prazo na infraestrutura de prestação de serviços de saúde”, destacou a Dra. Sriharan, que também observou a falta de dados sobre mulheres. diferenças socioeconômicas, culturais e etno-raciais nos resultados em saúde mental.
A Dra. Sriharan e seus colegas descobriram que recursos de saúde mental on-line, como sites, linhas de assistência psicológica e atividades em grupo coordenadas para redução do estresse, são pouco utilizados pelas mulheres. Em vez disso, são preferidos recursos de auto-ajuda, como recomendações de livros de auto-ajuda, mensagens positivas e suporte social.
Foram identificadas várias medidas adicionais que podem afetar positivamente o bem-estar das trabalhadoras de saúde, incluindo apoio financeiro, provisão de áreas de descanso para sono e recuperação, atendimento de necessidades físicas básicas (por exemplo, planos de refeições durante os turnos), carga de trabalho gerenciável, programas de treinamento para melhorar a resiliência, informações sobre medidas de proteção, acesso a atividades de lazer e acompanhamento, se necessário.
“É fundamental que os hospitais prestem atenção ao ambiente de trabalho e forneçam aos profissionais de saúde ferramentas e treinamento contínuo para cuidar de pacientes com COVID-19. Além disso, os gerentes devem avaliar e monitorar cuidadosamente as horas de trabalho, a carga de trabalho e o número de pacientes positivos para COVID 19 com os quais um profissional de saúde pode cuidar com segurança”, reforçou a Dra. Sriharan.
A Dra. Sriharan está organizando um seminário on-line em setembro, destinado a mulheres profissionais de saúde, para criar um espaço para discussão, conhecimento e compartilhamento de recursos.
Acesse a página do Seminário On-line (em inglês).
Acesse o artigo científico completo na Plataforma medRxiv (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Toronto (em inglês).
Fonte: Nicole Bodnar, Universidade de Toronto. Imagem: Getty Images.
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