Notícia

Mioma: causas, sintomas e sinais, diagnóstico e tratamentos

Tumor benigno pode afetar significativamente a qualidade de vida da mulher

Wikimedia Commons

Fonte

Sogesp, Plos One e Uterine-fibroids.org

Data

quarta-feira, 27 abril 2016 12:55

Áreas

Ginecologia. Saúde da Mulher.

A designação científica é leiomioma uterino (leio=liso mio = músculo oma = tumor benigno), mas também pode ser chamado de fibroide uterino ou fibromioma. É um tumor benigno composto basicamente de músculo uterino que cresce dentro ou fora do útero e pode alterar o formato do órgão à medida que se desenvolve. Costuma permanecer estável durante anos a fio para, em seguida, crescer em poucos meses. Ocorre com maior frequência entre os 40 e 50 anos e incide de três a nove vezes mais em mulheres da raça negra. Não existe registro da enfermidade antes da primeira menstruação.

Causa

A causa do mioma é desconhecida. O que se sabe é que a progesterona e o estrogênio influenciam o seu desenvolvimento. Tanto que com a chegada da menopausa e a queda na produção de hormônios estrogênios, o mioma costuma encolher e até desaparecer. Durante a gravidez, ao contrário, sua tendência é aumentar. Os fatores de risco são a idade, histórico familiar, origem étnica e obesidade.

Sintomas

Apesar de se manifestar em até 75% das mulheres, a metade não apresenta sintomas. Os principais desconfortos produzidos pelo mioma, à medida que se desenvolve, podem ser:

  • menstruação irregular — forte e por períodos prolongados — o que pode levar à anemia;
  • cólicas;
  • sangramento fora de hora (entre uma menstruação e outra);
  • dores (abdominais, pélvicas e na relação sexual);
  • problemas urinários (vontade mais frequente de urinar, infecção do trato urinário, cistite, infecção dos rins).
  • Pressão no intestino, que pode levar a constipação ou inchaço.
  • Abdômen expandido, que pode ser confundido com ganho de peso ou gravidez.

 

Diagnóstico

Pode ser detectado no exame de toque ginecológico de rotina, quando altera o tamanho do aumento do útero ou o seu relevo. A ultrassonografia transvaginal é o exame indicado para a confirmação do diagnóstico, mas também pode ser usada a ressonância magnética. O exame revela a quantidade de miomas, a localização e o tamanho de cada um.

Principais Tipos

De acordo com sua localização no útero, os fibroides uterinos podem ser classificados em três diferentes tipos:

  1. Fibroides uterinos subserosais: localizam-se na parede externa do útero e continuam crescendo para fora.
  2. Fibroides uterinos intramurais: tipo mais comum, desenvolvem-se dentro da parede uterina e se expandem, fazendo o útero se sentir maior que o normal.
  3. Fibroides uterinos submucosais: desenvolvem-se debaixo do forro da cavidade uterina. São os fibroides que têm o maior efeito sobre o forte sangramento menstrual e que podem causar problemas como infertilidade e abortos

Tratamento

Não existe um medicamento que faça o mioma desaparecer. Algumas drogas conseguem impedir o seu crescimento ou até reduzir o seu tamanho temporariamente, mas como elas causam efeitos colaterais fortes e não podem ser usadas por mais do que três a quatro meses, o mioma volta a crescer com a interrupção do tratamento.

Quando o mioma se desenvolve e produz sintomas, as opções de tratamento são:

  • Uso de medicação ou pílula anticoncepcional.
  • Terapia hormonal: tratamento com drogas GnRH causa encolhimento dos fibroides.
  • Intervenção não-cirúrgica como a embolização da artéria uterina, que é a obstrução do fluxo sanguíneo para a artéria uterina através de uma técnica de radiologia intervencionista minimamente invasiva (técnica indicada para adiar ou não fazer a cirurgia).
  • Miomectomia: Cirurgia onde um ou mais fibroides são removidos. A miomectomia pode ser histeroscópica ou laparoscópica (minimamente invasiva) ou então abdominal (cirurgia abdominal aberta).
  • Histerectomia: Remoção cirúrgica do útero. Neste caso, deve haver hospitalização e um período de recuperação.

 

O tratamento cirúrgico do mioma uterino é considerado de acordo com as características de cada caso e a idade da paciente. A decisão leva em conta além do desejo de uma futura gestação, o tamanho, a localização e o número de miomas. A conduta cirúrgica pode ser conservadora, quando apenas o mioma é retirado (miomectomia) ou radical, quando inclui a histerectomia. A cirurgia radical envolve a retirada do corpo uterino doente, apenas, com a preservação do colo do útero. O procedimento conserva intactos os elementos de fixação da cavidade uterina bem como a vascularização e inervação da parte alta da vagina (cúpula) e do assoalho da bexiga e não afeta a sensibilidade ou condição da mulher, do ponto de vista da prática sexual.

Comparação de possibilidades terapêuticas

Um estudo recente publicado em fevereiro de 2016 faz uma revisão sistemática e uma meta-análise de pesquisas clínicas controladas e randomizadas com o objetivo de comparar diferentes terapias para o fibroide uterino. Pesquisadores da University College London e da Universidade de Sydney, na Austrália, publicaram na revista científica Plos One comparações de resultados já publicados na literatura em três classes distintas: 1) tratamento médico x tratamento cirúrgico; 2) diferentes tratamentos médicos; 3) diferentes tratamentos médicos que antecedem o tratamento cirúrgico. Os autores fazem uma análise detalhada dos métodos, incluindo as complicações que podem suceder cada uma das alternativas, e também incluem faixas estimadas dos custos de cada opção de tratamento. Após a identificação de 4237 publicações na literatura científica, o estudo analisou os resultados de 86 referências, e a conclusão dos pesquisadores é que não existem evidências científicas para recomendar este ou aquele tratamento a priori, apesar de algumas técnicas serem promissoras.

Acesse o artigo completo (em inglês).

Fonte: Sogesp, Plos One e Uterine-fibroids.org. Imagem: Wikimedia Commons.

 

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