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Membrana de celulose pode fechar perfurações no tímpano

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Fonte

Revista Brasileira de Otorrinolaringologia

Data

terça-feira, 17 maio 2016 20:20

Áreas

Otorrinolaringologia.

A perfuração da membrana timpânica (PMT) pode ser causada por trauma ou infecção do ouvido médio, chamada otite. As otites podem ser agudas e  geralmente são  tratadas com antibióticos, enquanto a forma crônica apresenta mais comumente algum tipo de perfuração no tímpano, que acaba não cicatrizando sem cirurgia.

A PMT pode ocasionar perda da audição, principalmente em crianças. Alguns tratamentos cirúrgicos ambulatoriais e pouco invasivos têm sido propostos para o fechamento da PMT. A engenharia de tecidos tem propiciado alternativas inovadoras, como a utilização da celulose bacteriana que possui baixa toxicidade, biocompatibilidade e segurança para o paciente. Além disso, parece induzir a remodelação tecidual favorecendo o processo revascularização e epitelização da membrana timpânica remanescente com rápido retorno às atividades cotidianas.

Na edição de março/bbril de 2016 da revista científica Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, publicada pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, o pesquisador Dr. Fábio Coelho Alves Silveira, otorrinolaringologista vinculado ao programa de pós-graduação do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e colaboradores publicaram um estudo para Investigar o efeito da aplicação direta do enxerto da celulose bacteriana na cicatrização de PMT, comparado ao procedimento convencional com fáscia autóloga. Foram incluídos 40 pacientes com perfuração de membrana timpânica por otite média em um estudo clínico controlado e randomizado de demanda espontânea do serviço de otorrinolaringologia de um Hospital de Ensino de Pernambuco, no período de 2013 a 2014. Foram excluídos pacientes com perfurações marginais, úmidas ou colesteatomatosas. Os pacientes foram aleatoriamente alocados em dois grupos: 20 experimentais, que foram tratados com enxerto de membrana de celulose bacteriana; e 20 controles, tratados de forma convencional com enxerto de fáscia autóloga. Os enxertos de celulose bacteriana foram produzidos e fornecidos pela Polisa, Estação Experimental de Cana-de-açúcar de Carpina, na Universidade Federal  Rural de Pernambuco.

Os resultados mostraram que o fechamento das perfurações foi semelhante nos dois grupos, sendo que o tempo médio de cirurgia no grupo fáscia foi de 76,50 minutos e, no grupo com celulose bacteriana (CB), de 14,06 minutos. O custo hospitalar pela tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) foi de R$ 600,00 para o grupo CB (mais barato) e de R$ 7.778,00 para o grupo fáscia. A taxa de sucesso com o enxerto da membrana CB foi de 90% incluindo a timpanometria,  enquanto a do grupo fáscia autóloga foi de 80%. Os autores concluíram que a membrana de CB promoveu o fechamento da perfuração do tímpano, mostrando-se uma alternativa inovadora, segura, eficaz, efetiva, minimamente invasiva e de baixo custo.

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Fonte: Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Imagem: Getty Images.

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