Notícia
Melatonina pode ajudar a aumentar o sucesso de transplante de medula
Resultados foram publicados na revista científica Cell Stem Cell
Wikimedia Commons
Fonte
Agência Fapesp
Data
sexta-feira, 25 janeiro 2019 10:25
Áreas
Biologia. Biologia Celular e Molecular. Oncologia.
Já utilizada no tratamento de distúrbios do sono e alvo de estudos clínicos para combater o câncer e outras doenças, a melatonina também pode ajudar a aumentar o sucesso de transplantes de medula. O hormônio produzido à noite pela glândula pineal, no cérebro, e que tem a função de informar o organismo que está escuro e prepará-lo para o repouso noturno, também regula a disponibilidade de células-tronco na medula óssea.
A descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), em colaboração com colegas do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel, e de outras instituições do exterior. Resultado de um projeto de pesquisa apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Sâo Paulo (FAPESP), o estudo foi publicado na revista científica Cell Stem Cell.
“Descobrimos que a proliferação e a liberação de células-tronco são menores durante o dia do que à noite, quando essas células são estocadas na medula, e que a melatonina produzida pelo organismo à noite é responsável por essa diferença”, disse a Dra. Regina Pekelmann Markus, professora do IB-USP e coordenadora da pesquisa, à Agência FAPESP.
“Essa descoberta sugere que o horário da coleta de células-tronco pode influenciar o sucesso de um transplante de medula óssea no tratamento de câncer”, avaliou a especialista.
O grupo da pesquisadora no IB-USP tem focado seus estudos na relação entre a melatonina e o controle do sistema imunológico – o eixo imune-pineal. Já os pesquisadores do Instituto Weizmann, liderados pelo professor Dr. Tsvee Lapidot, têm se destacado no estudo da imunologia da medula óssea e mobilização de células-tronco.
Em estudos anteriores, o grupo do IB-USP já tinha constatado que a melatonina controla a mobilidade de células do sangue para os tecidos, saudáveis e infectados. No caso de infecção, a produção noturna de melatonina é bloqueada, e as células de defesa invadem o tecido infectado.
Por sua vez, os pesquisadores israelenses observaram que, na medula, as células progenitoras que dão origem às de defesa ficam protegidas em nichos próximos ao osso, aninhadas por células de defesa do organismo (macrófagos). Continuamente elas se soltam dos nichos, se proliferam e dão origem a células precursoras de linhagens sanguíneas e ossos. Por essa razão têm sido usadas no tratamento de câncer e de outras doenças.
“Fizemos uma série de experimentos que demostraram que os processos de liberação e proliferação dessas células, assim como a estocagem delas nos nichos dos ossos da medula, são mediados pela melatonina, que atua sobre os macrófagos”, explicou a Dra. Regina Markus.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.
Fonte: Elton Alisson, Agência FAPESP. Imagem: Wikimedia Commons.
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