Notícia
Medidores de pressão em serviços de urgência podem apresentar problemas
Inadequações técnicas dos esfigmomanômetros e problemas com tamanho dos manguitos foram relatados em estudo
Getty Images
Fonte
International Journal of Cardiovascular Sciences
Data
quarta-feira, 3 maio 2017 13:25
Áreas
Biomecânica. Hospitais. Cardiologia. Metrologia. Dispositivos Médicos.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada e diagnosticada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). A HAS acomete cerca de 30% da população adulta e é considerada como o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares que, por sua vez, são a maior causa de mortes no Brasil e no mundo.
Estima-se que 3% de todas as consultas em salas de emergências decorram de elevações significativas da PA. Um dos requisitos para se considerar o paciente hipertenso ocorre através da medida casual da PA num quadro de urgência ou emergência hipertensiva. A obtenção correta da mensuração da PA, necessária ao diagnóstico e decisão clínica, é determinada pelas condições adequadas de funcionamento do esfigmomanômetro e o emprego de técnica apropriada.
Entre as recomendações para a medição da PA, deve-se obter a circunferência do braço e selecionar o manguito de tamanho mais adequado. A razão circunferência do braço/largura do manguito deve ser de 0,40. O comprimento da braçadeira deve circundar de 80 a 100% a circunferência braquial. O manguito padrão deve ter entre 12 e 13 cm de largura e 35 cm de comprimento, sendo necessária a disponibilidade de braçadeiras maiores e menores para braços de maior e menor circunferência, respectivamente. A medição pode ser realizada pelo método indireto, com técnica auscultatória e uso de esfigmomanômetro aneroide, ou pela técnica oscilométrica, com uso de um aparelho semi-automático.
Um estudo publicado na edição de abril de 2017 da revista científica International Journal of Cardiovascular Sciences avaliou o perfil dos esfigmomanômetros disponíveis nos serviços de urgências de Belo Horizonte, Minas Gerais. O pesquisador Dr. Kleisson Antonio Pontes Maia e colaboradores da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, analisaram 337 aparelhos de 25 hospitais, sendo 15 hospitais públicos e 10 hospitais privados.
Os resultados mostraram que foram observadas inadequações dos equipamentos em relação à validação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO, em 26% (88/337) dos equipamentos; calibração vencida em 39% (132/337) e não correspondência de marca aparelho/braçadeira em 54% (188/337). Em 13 dos 25 hospitais (52%), não havia disponibilidade de manguitos para braços de diferentes tamanhos além do padrão. Os autores concluíram que 78% dos esfigmomanômetros disponíveis nos serviços de urgência/emergência dos hospitais analisados apresentavam inadequações técnicas, e em metade dos serviços não havia manguitos de diferentes tamanhos.
Acesse o artigo científico completo.
Fonte: International Journal of Cardiovascular Sciences. Imagem: Getty Images.
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