Notícia
Matemática mapeia doenças e infecções em hospitais no Brasil
Estudo realizado físico-médico foi premiado pela Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional
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Fonte
UNESP | Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Data
terça-feira, 8 outubro 2019 13:30
Áreas
Modelagem Matemática. Física Médica. Bioinformática. Biologia. Medicina.
Em quais condições uma doença consegue se espalhar e o que pode ser feito para controlar este processo? De acordo com estimativa do Ministério da Saúde, 14% das internações registram infecções hospitalares. Claro que a higienização é um processo importante. Mas Thomas Nogueira Vilches, graduado em Física Médica, mestre e doutor em Biometria pelo Instituto de Biociências da Unesp em Botucatu (IBB-UNESP), explica que a matemática pode ajudar a visualizar melhor este tipo de problema e a direcionar as estratégias na saúde pública.
Em sua tese de doutorado concluída neste ano, intitulada “Epidemiologia Matemática em Redes Complexas”, Vilches mapeou mais de 6 mil hospitais no Brasil através de modelos matemáticos e computacionais, considerando tamanho e localização de cada unidade. Assim, foi possível criar uma rede para representar as relações de transferência de pacientes entre os hospitais. Além das Infecções Hospitalares, a pesquisa também cruza dados sobre outras doenças como Influenza, Dengue e Zika.
“A partir daí, propusemos um modelo que descreve a transmissão de infecções hospitalares tendo os trabalhadores do serviço de saúde como vetores de transmissão intra-hospitalar e os pacientes como responsáveis pela transmissão inter-hospitalar, quando são transferidos”, diz. “Reforçamos com nossos resultados a importância no aumento do quadro de funcionários nos hospitais, pois a relação entre o número de trabalhadores no serviço de saúde e o número de leitos do hospital se mostrou fator importante para o controle das infecções”, complementa o físico-médico.
A qualidade do trabalho fez com que Vilches recebesse Menção Honrosa no prêmio “Odelar Leite Linhares” na categoria “Melhor Tese de Doutorado”. O prêmio é outorgado pela Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC) e entregue durante o 49º Congresso Nacional de Matemática Aplicada e Computacional (CNMAC) realizado em Uberlândia (MG), de 16 a 20 de setembro.
“O principal objetivo é ajudar no direcionamento dos esforços dos responsáveis pelo controle das doenças, como o Setor de Vigilância Epidemiológica. Meu trabalho reforça, por exemplo, a importância de conscientizar a população para que indivíduos tomem medidas de prevenção de infecções (como a Influenza) mesmo após serem vacinados”, argumenta Vilches, que estuda modelagem matemática há 9 anos, desde da Iniciação Científica.
“No caso do vírus Zika, os resultados mostram que uma potencial vacina contra as infecções têm boa perspectiva no que diz respeito a evitar as consequências das epidemias (como microcefalia e Síndrome de Gullain-Barré), além de ser viável economicamente em grande parte dos cenários estudados quando comparada com os custos e a perda de qualidade de vida que as epidemias de Zika podem gerar”, enfatiza.
O trabalho executado por Vilches contou com orientação da professora Dra. Cláudia Pio Ferreira (IBB-UNESP) e coorientação do professor Dr. Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza (FMB-UNESP), além da participação de pesquisadores internacionais: professor Dr. Seyed M. Moghadas (Universidade York, no Canadá), professora Dra. Lourdes Esteva (UNAM, no México) e professor Dr. Andrew W. Park (Universidade da Georgia, nos Estados Unidos).
Acesse a íntegra da Tese de Doutorado.
Acesse a notícia na página da UNESP.
Fonte: Igor Medeiros (via 4toques comunicação), ACI IB Unesp. Imagem: Freepik.
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