Notícia
Mão biônica permite sentir tato em tempo real
Dedo artificial implantado permite captar textura de superfícies
Patrizia Tocci
Fonte
Escola Politécnica Federal de Lausanne, Suíça
Data
quarta-feira, 23 março 2016 19:45
Áreas
Biomecânica. Reabilitação.
Após uma amputação, ocorre uma perda de conexão entre a parte seccionada e o membro remanescente (coto). Isso ocasiona uma interrupção do impulso nervoso no local amputado. O Prof. Dr. Silvestre Micera e sua equipe da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) em conjunto com o Prof. Dr. Calogero Oddo da Scuola Superiore Sant’Anna (SSSA), na Itália, desenvolveram um sistema de transdução neuro-mecânica em tempo real acoplada a um dedo artificial com sensores implantados cirurgicamente. O sistema permite a integração do estímulo elétrico do nervo periférico com um sistema de microeletrodos capaz de fornecer informações táteis como rugosidade e maciez do objeto palpado. Esse estudo foi publicado em março de 2016 na revista eLife.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Este estudo faz parte do projeto relacionado à mão biônica que está sendo desenvolvida na EPFL. Através de algoritmos, os cientistas transformaram um sinal elétrico em um impulso para ser interpretado pelos nervos sensoriais. A sensação de toque foi obtida pelo envio de sinais digitais refinados através de pequenos cabos conectados a quatro eletrodos implantados cirurgicamente. Assista ao vídeo (em inglês):
Dedo biônico permite sentir texturas. (Fonte: EPFL)
Um estudo clínico preliminar com a mão biônica foi realizado no dinamarquês Dennis Aabo Sorensen, que foi submetido a cirurgia em janeiro de 2013 no Hospital Gemelli, em Roma. Um grupo especializado de cirurgiões e neurologistas, liderados pelo Dr. Paolo Maria Rossini, implantaram eletrodos transneurais dentro dos nervos mediano e ulnar do braço esquerdo de Sorensen. Assista ao vídeo (em inglês).
Sensação em tempo real. (Fonte: EPFL).
Os eletrodos ultra-finos e ultra-precisos foram desenvolvidos pelo grupo de pesquisa do Professor Thomas Stieglitz”s na Universidade de Freiburg, na Alemanha, e tornaram possível a retransmissão de sinais elétricos extremamente fracos diretamente para o sistema nervoso periférico (SNP) do paciente. Isso só possível graças ao esforço continuado relacionado a complicações como formação de cicatriz tecidual que atrapalharia a transmissão do sinal elétrico. Essa foi a primeira vez que esse tipo de eletrodo foi implantado dentro do SNP de um amputado. Os eletrodos foram removidos após um mês da cirurgia, devido a questões de segurança envolvendo pesquisa clínica experimental e não se sabe qual seria o efeito ocasionado pelos eletrodos implantados no longo prazo.
Segundo os pesquisadores, o próximo passo consistirá em miniaturizar o sistema de retroalimentação eletrônico sensorial para uma prótese portátil. Para que isso aconteça, os cientistas estão atentos aos avanços na área de tecnologia sensorial para aperfeiçoar a resolução do toque e aumentar a consciência sobre movimentos angulares dos dedos.
Fonte: Hillary Sanctuary, École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Suíça. Imagem: Patrizia Tocci.
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