Notícia

Maçãs e os benefícios à saúde

Estudos científicos mostram que o consumo da fruta pode ter vários impactos positivos sobre a saúde

Pixabay

Fonte

Tech4Health

Data

quarta-feira, 29 junho 2016 16:05

Áreas

Alimentação e Nutrição. Bioquímica dos Alimentos.

A maçã é um dos alimentos considerados mais saudáveis, tendo influência direta sobre a saciedade e a obesidade, sobre o bom funcionamento gastrointestinal e sobre a prevenção de doenças crônicas, como o diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. O consumo regular de frutas e vegetais, incluindo as maçãs, como parte de uma dieta saudável ajuda na manutenção da boa saúde.

Os benefícios à saúde, entretanto, variam de acordo com o tipo de fruta e com a forma de consumo, isto é, se o fruto é processado de alguma forma ou não. Neste sentido, a maçã verde apresenta benefícios adicionais em relação a outros tipos de maçã, devido ao maior conteúdo de polifenóis e fibras, e o consumo da fruta natural é mais adequado que o suco ou outras formas de fruta processada.

Fitoquímicos presentes nas maças

As maçãs contêm uma grande variedade de fitoquímicos, muitos dos quais possuem atividade antioxidante forte e atividade anti-cancerígena. A interação dos fitoquímicos presentes na fruta tem sido objeto de vários estudos científicos que tentam explicar melhor os mecanismos por trás da capacidade da maça em reduzir o risco de doenças crônicas.

Muitos fatores afetam o perfil fitoquímico das maçãs e é importante considera-los quando se tenta compreender e maximizar os benefícios das maças para a saúde. As concentrações de fitoquímicos variam muito entre as diferentes culturas de maçã. O nível de alguns fitoquímicos varia durante a maturação dos frutos em resposta à luz disponível, à fase de desenvolvimento do fruto e alguns tipos de fertilização. Em geral, o armazenamento de maçãs não parece afetar muito a presença dos fitoquímicos, mas o processamento de maçãs para o consumo na forma de sucos leva a uma diminuição muito significativa em compostos fenólicos. As cascas de maçã retêm a sua atividade de compostos fenólicos e de flavonoides e, portanto, podem ser utilizadas como um ingrediente com atividade antioxidante potente.

Uma análise abrangente dos fitoquímicos presentes na maçã e seus benefícios para a saúde foi publicada na revista Nutrition Journal, em 2004. Os autores destacam resultados validados com base em evidência epidemiológica em relação a benefícios causados pelos flavonoides (câncer e doença cardiovascular); vitamina C, vitamina D, retinal e beta-caroteno (asma e função pulmonar); miricetina e quercetina (diabetes e perda de peso). Os autores destacam ainda resultados de estudos em animais e in vitro, que sugerem importantes resultados em relação à atividade antioxidante, atividade antiproliferativa, inibição da oxidação de lipídios e efeitos sobre a queda do colesterol, entre outros.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Maçã e Maçã Verde

Em relação às diversas variedades de maçã, a maçã verde possui especificamente um conteúdo maior de polifenois e fibras, o que torna suas propriedades ainda mais interessantes em relação a alguns benefícios.

Um estudo publicado recentemente na revista Food Chemistry apontou que os compostos não digeríveis das maçãs verdes podem ajudar a combater a obesidade. Maçãs verdes (Granny Smith) promovem o crescimento de bactérias benéficas no cólon devido ao seu elevado teor de compostos não digeríveis, tais como fibras e polifenóis e uma baixa quantidade de carboidratos.

Como as pessoas obesas têm um desequilíbrio nas comunidades bacterianas que pode provocar vários distúrbios, os compostos das maçãs verdes podem ajudar a restaurar esse equilíbrio e prevenir alguns dos danos da obesidade.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Maçã e o Diabetes

Em estudo publicado em 2013 na revista científica British Medical Journal, cientistas americanos procuraram correlacionar o consumo de frutas com a incidência do Diabetes tipo 2, a partir da análise de dados de mais de 187.000 pessoas, entre os anos de 1984 e 2008. Como resultado, os pesquisadores afirmaram que as pessoas que consumiram duas porções por semana de frutas inteiras – entre elas uvas, amoras e maçãs – reduziram o risco de Diabetes tipo 2 em até 23% em relação àquelas que consumiram menos de uma porção por mês.

Por outro lado, os resultados foram contrários em relação ao consumo de suco de frutas: as pessoas que consumiram uma ou mais porções de suco de fruta por dia – incluindo suco de maçã – aumentaram o risco de desenvolver Diabetes tipo 2 em até 21%.

Uma explicação para este resultado pode ser a alteração no Índice Glicêmico em relação à forma de preparo da fruta: pelo fato de passar mais rapidamente pelo sistema digestivo, o suco de fruta apresenta um Índice Glicêmico maior que a fruta consumida inteira (in natura), cujo trânsito no estômago e intestino é mais lento. Este pode ser um dos fatores que invertem o benefício do consumo da fruta em seu estado natural.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Maçã e a integridade muscular

Com o avanço da idade, as pessoas perdem força e massa muscular. Entretanto, a principal causa do aparecimento da fraqueza e da atrofia muscular ainda permanece desconhecida.

Em 2015, cientistas da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, descobriram pela primeira vez uma proteína que interfere no desenvolvimento da fraqueza muscular durante o envelhecimento. A proteína ATF-4 altera a expressão de genes do tecido músculo-esquelético, causando redução na síntese muscular de proteínas, reduzindo a resistência e a massa muscular. Esta descoberta, publicada na revista científica Journal of Biological Chemistry, pode levar à proposta de novas terapias para manter músculos saudáveis por mais tempo.

Os autores deste trabalho também identificaram o efeito molecular positivo causado pelo ácido ursólico e pela tomatidina (substância encontrada no tomate verde) sobre o músculo esquelético: estes componentes são capazes de “desligar” genes que foram “ligados” pela proteína ATF-4, desfazendo assim os efeitos deletérios causados sobre a saúde muscular, evitando a fraqueza e a atrofia muscular com a idade. Este achado tem fundamental importância para a manutenção de uma vida saudável mesmo em pessoas com idade avançada.

O ácido ursólico é um componente natural presente em diversa ervas e frutas, incluindo as maçãs.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

 

Fonte: Tech4Health. Imagem: Pixabay.

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