Notícia

Lúpus Eritematoso Sistêmico: sintomas e formas de tratamento

Cartilha esclarece dúvidas comuns relacionadas ao lúpus

Fonte

Sociedade Brasileira de Reumatologia

Data

sexta-feira, 3 junho 2016 11:50

Áreas

Reumatologia. Dermatologia. Nefrologia.

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica autoimune, que afeta predominantemente mulheres entre 30 e 40 anos. No LES ocorre a produção de vários auto-anticorpos devido a uma disfunção do sistema imune. A doença apresenta um componente genético de caráter familiar em 20% dos casos e também pode apresentar um componente hormonal como acontece durante a gestação ou após o parto devido às alterações hormonais decorrentes desse período da vida. Outro componente ambiental derivado da exposição à luz solar pode facilitar ou agravar o quadro clínico. 

Diagnóstico

Os sintomas iniciais são altamente variáveis, porém o Lúpus acomete predominantemente as articulações e a pele e na forma mais grave pode afetar os rins e o sistema nervoso. Sintomas inespecíficos como febre podem ocorrer em 50% dos casos. Outros sintomas gerais como desânimo, cansaço, perda do apetite e emagrecimento dificultam o diagnóstico.

O Colégio Americano de Reumatologia estabeleceu em 1997 critérios cutâneos, articulares e hematólogicos para o diagnóstico do LES. Dentre esses, os achados mais comuns são:

  • rash malar (lesão avermelhada que acomete as bochechas e dorso do nariz de forma simétrica, tipo asa de borboleta);
  • lesão discoide (parece uma cicatriz, é áspera, dolorida e pode coçar);
  • fotossensibilidade;
  • úlceras orais;
  • artrite (não erosiva de duas ou mais articulações como mão, punho, joelho e pés);
  • serosite (pleurite, pericardite);
  • sintomas neurológicos (convulsão, psicose).

 

As alterações nos exames laboratoriais são diversas e tornam o diagnóstico precoce um desafio. Estas alterações podem ser de origem renal (presença de cilindros e proteinúria maior que 0,5g/d), hematológica (anemia hemolítica, leucopenia < 4000/mmᶾ, linfopenia < 1500/mmᶾ, plaquetopenia < 100.000/mmᶾ) e imunológica (Anticorpos Anti-DNA, Anticorpos Anti-Sm, Anticorpo Antifosfolípides, Anticorpos Antinucleares). Estudo recente sugere que deficiência de vitamina D pode aumentar a atividade do LES e agravar a doença.

Sendo assim, a demora no diagnóstico ocasiona um retardo para a implementação do tratamento correto, permitindo que a afecção progrida e ocasione  uma piora no prognóstico.

Tratamento

O tratamento deve ser individualizado de acordo com a manifestação apresentada pelo paciente. Os medicamentos atuam na modulação do sistema imunológico e incluem: corticoides (sendo mais comum a prednisona), os antimaláricos (cloroquina) e os imunossupressores (azatioprina, ciclofosfamida) e drogas anti-reumáticas modificadoras (DMARDs).

Os efeitos colaterais mais comuns são o aumento do risco para contrair infecções devido à diminuição na imunidade.

Sugere-se cuidados especiais com a alimentação (evitar álcool e gordura) e higiene (risco potencial de infecção), proteção contra o sol e claridade excessiva (uso de bloqueadores solares, óculos e chapéu), evitar uso de cigarro e anticoncepcionais e o controle adequado no uso de anticoagulantes. Além disso, a realização de atividades físicas aeróbias auxilia no controle da pressão e da glicemia. Cremes, protetores solares e infiltrações locais podem ser utilizados nas lesões cutâneas, assim como biópsias para o diagnóstico do tipo da lesão.

O tempo e a duração do tratamento variam conforme a fase da doença, porém o acompanhamento médico  é realizado entre 3 e 6 meses. A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) possui uma cartilha para esclarecer dúvidas sobre o LES.

Assista aos esclarecimentos sobre o LES dados pelo médico reumatologista Dr. Sérgio Luiz Martin Nardy  ao Canal 10 Minutos de Saúde:

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia.

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