Notícia
Líquens e frutos do cerrado são testados para tratamento de câncer
Pesquisadoras da UFMS estudam poder antitumoral de líquens e frutos, como a guavira
Pixabay
Fonte
UFMS
Data
sexta-feira, 17 novembro 2017 14:30
Áreas
Biologia Celular e Molecular. Oncologia. Farmacologia. Fitoterapia. Indústria Farmacêutica.
Os líquens são constituídos por uma associação simbiótica de um fungo (micobionte) com um parceiro fotossintético (fitobionte), geralmente alga ou cianobactéria. É possível encontrar liquens nas mais diversas superfícies na natureza, em rochas, em caules, em plantas em geral. “Os liquens têm uma característica de conseguirem sobreviver em ambientes extremos, tanto de temperatura como luminosidade. Produzem substâncias biologicamente ativas com ação antibiótica, antiviral, antimicótica e antitumoral, foco de nosso estudo”, afirma Caroline Almeida Farias Alexandrino, mestranda e membro de equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) que estuda os efeitos antitumorais de liquens e frutos do cerrado brasileiro.
“Os estudos com liquens realizados na UFMS pela pesquisadora Dra. Neli Kika Honda vêm contribuindo para a descoberta de substâncias quanto a sua estrutura e diferentes atividades biológicas. A parceria com a pesquisadora Dra. Maria de Fatima Cepa Matos, do laboratório de biologia molecular e culturas celulares, também possibilitou estudos na área de câncer destes compostos”, esclarece a Profa. Dra. Danielle Bogo, coordenadora da pesquisa.
“Atualmente estão sendo testados dois compostos isolados de liquens em um painel de células neoplásicas, dentre elas de leucemia, câncer de fígado, câncer de rim, câncer de mama e em melanoma experimental murino desenvolvido em camundongos”, explica Caroline. Os resultados são promissores e no futuro esses compostos isolados de liquens poderão ser potenciais agentes anticâncer.
Riqueza do cerrado
O grupo trabalha também com frutos do cerrado, encontrados no Mato Grosso do Sul. Frutos conhecidos e consumidos pela população local. Diversos estudos em relação aos aspectos nutricionais desses alimentos já foram realizados, por isso elas avaliam aspectos biológicos.
“Os extratos desses frutos, dentre eles o pequi, a bocaiúva, o araticum, foram testados em sete linhagens diferentes de câncer. Nós testamos em linhagens de câncer de próstata, de rins, de fígado, de mama, de pele (melanoma), ovário e colón, que é o câncer de intestino”, explica Magalli Costa Barbosa Lima e Silva, doutoranda e membro da equipe.
O extrato da guavira foi o que melhor teve ação no melanoma induzido em camundongos. “Um fruto bem consumido pela população, bem conhecido na nossa região e que agora nós estamos verificando que, além de ser nutricionalmente importante, apresenta atividade antitumoral em diversos tipos de câncer. Então, podemos dizer que o extrato desse fruto é um agente promissor para tratamento de câncer, principalmente do melanoma”, ressalta Magalli.
As pesquisas são realizadas com investimentos financeiros do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), que é vinculada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).
Fonte: UFMS e Fundect. Imagem: Pixabay.
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