Notícia

Lipoaspiração: qual volume máximo é seguro?

Estudo recente mostra correlação do volume máximo com o IMC do paciente

Shutterstock (adaptada)

Fonte

SBCP e \"Plastic and Reconstructive Surgery\"

Data

quinta-feira, 22 outubro 2015 10:25

Áreas

Cirurgia Plástica.

Segundo especialistas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a lipoaspiração remodela áreas específicas do corpo, removendo o excesso de depósitos de gordura, melhorando os contornos do corpo e sua proporção.

Apesar de boa saúde e da prática de exercícios físicos, algumas pessoas podem, ainda, ter um corpo com contornos desproporcionais devido a depósitos de gordura localizada. Estas áreas podem ocorrer devido a características genéticas, à falta de controle do peso ou de atividade física. A lipoaspiração pode ser usada para tratar acúmulos de gordura em várias partes do corpo, incluindo coxas, braços, pescoço, cintura, costas, parte medial do joelho, peito, bochechas, queixo, pernas e tornozelos. Em alguns casos, a lipoaspiração é realizada isoladamente, mas em outros é usada em conjunto com procedimentos de cirurgia plástica tais como o facelift, a redução de mama ou a abdominoplastia. ”A lipoaspiração não é um tratamento para a obesidade e não substitui a prática de exercício físico e bons hábitos alimentares. Indivíduos com áreas de gordura no corpo e que se exercitam regularmente são os melhores candidatos a este procedimento.”, dizem os especialistas.

“A decisão de se submeter à lipoaspiração é pessoal e é você quem deve decidir se os benefícios atingirão os seus objetivos e se os riscos e potenciais complicações são aceitáveis. O cirurgião plástico e/ou assistentes irão lhe explicar, em detalhes, os riscos associados à cirurgia. Você deverá assinar o termo de consentimento para assegurar que compreendeu plenamente o procedimento ao qual vai se submeter e quaisquer riscos ou complicações”, alerta”, alerta a SBCP.

Riscos

Apesar de ser considerado um procedimento cirúrgico seguro, existem riscos associados à cirurgia e situações que podem ocorrer no período pós-cirúrgico, como destaca a SBCP: cicatrizes desfavoráveis; sangramento (hematoma); acúmulo de líquido (seroma); riscos anestésicos; má cicatrização; necrose da pele; dormência ou demais alterações de sensibilidade da pele; assimetria; despigmentação da pele e/ou inchaço prolongado; queimadura causada pelo ultrassom – técnica de lipoaspiração assistida por ultrassom; danos em estruturas mais profundas tais como nervos, vasos sanguíneos, músculos e pulmões; dor, que pode perdurar; trombose venosa profunda; complicações cardíacas e pulmonares; fios de sutura podem espontaneamente emergir na pele, tornando-se visíveis ou causar irritação que exija sua remoção e possibilidade de novo procedimento cirúrgico.

Como é realizada a cirurgia?

Segundo a SBCP, o procedimento é dividido em 3 etapas:

Etapa 1 – Anestesia

Medicamentos são administrados para o seu conforto durante o procedimento cirúrgico. As opções incluem sedação intravenosa ou anestesia geral. Seu médico irá recomendar a melhor opção para você.

Etapa 2 – Incisão

A lipoaspiração é realizada através de pequenas incisões, imperceptíveis.
Primeiramente, solução líquida estéril é infundida para reduzir o sangramento e o trauma. Em seguida, um tubo oco fino (cânula) é inserido através destas incisões para soltar o excesso de gordura, utilizando um controlado movimento de vaivém.

A gordura deslocada é, então, aspirada para fora do corpo, utilizando um aspirador cirúrgico ou seringa ligada à cânula.

Etapa 3 – Resultados

A melhora do contorno corporal será aparente quando o inchaço e a retenção de líquido diminuírem. Com práticas contínuas de dieta saudável e de atividade física, a perda de tecido adiposo em excesso deve ser preservada. No entanto, ganho de peso substancial pode alterar o resultado obtido com a cirurgia.

Existe um limite para o volume máximo aspirável ?

Pesquisadores da Escola Feinberg de Medicina da Universidade Northwestern (Chicago, EUA), coordenados pelo Dr. John Kim, publicaram um estudo sobre este tema no último número da revista científica Plastic and Reconstructive Surgery (Vol. 136, n.3, p.474-483, setembro de 2015), revista oficial da Academia Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS, em inglês). O pesquisador destaca que “o estudo mostrou que a lipoaspiração está associada a uma taxa muito baixa de complicações, e as principais aconteceram em menos de 1 em 1000 pacientes”. “Em relação à quantidade (volume) lipoaspirada que pode ser removida com segurança, nos parece depender da quantidade de gordura que o paciente possui”, continua o pesquisador.

A discussão sobre o volume máximo de gordura que pode ser removido não é recente: consenso da ASPS define o limite de 5 litros como uma “lipoaspiração de alto volume”, associada a riscos cirúrgicos maiores, apesar de não haver estudos científicos que suportem esse número.

O Dr. Kim e colaboradores analisaram os dados de mais de 4500 procedimentos de lipoaspiração da base de dados TOPS (Tracking Operation and Outcomes for Plastic Surgeons), da ASPS. O estudo basicamente pesquisou a correlação entre o volume lipoaspirado, o risco de complicações e o IMC (Índice de Massa Corpórea) do paciente. Os resultados da pesquisa mostraram que não existe um limite absoluto de segurança que possa ser usado para todos os pacientes: se o paciente tiver um IMC maior (mais obeso), pode tolerar um volume retirado maior, sem o aumento do risco de complicações. Por outro lado, pacientes com baixo IMC apresentam um aumento de risco maior se o volume lipoaspirado aumentar. Esta correlação entre os níveis de gordura do paciente e o volume seguro de lipoaspiração foi mostrado pela primeira vez neste estudo.

Na conclusão do trabalho, os pesquisadores destacam que a decisão sobre o volume a ser lipoaspirado deve ser tomada exclusivamente pelo cirurgião: depende da tecnologia usada na cirurgia, da condição de saúde do paciente e de como ocorre a cirurgia entre outros fatores. Porém, destacam a importância de pensar em um volume máximo seguro de acordo com o IMC do paciente.

Leia a íntegra do artigo científico (em inglês).

Fonte: SBCP e Plastic and Reconstructive Surgery. Imagem: Adaptada de Shutterstock.

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