Notícia

Ipen desenvolve microchips para integração de laboratórios médicos

Desenvolvimento da nova tecnologia tem apoio da FAPESP

Wagner de Rossi

Fonte

Agência FAPESP

Data

sexta-feira, 13 fevereiro 2015 10:40

Áreas

Microtecnologia.

Uma tecnologia em desenvolvimento no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), capaz de processar estruturas minúsculas em materiais diversos com lasers de pulsos ultracurtos, pode levar à criação de um dispositivo que integra várias funções de laboratórios médicos em um único chip, aumentando a precisão das análises e facilitando a realização de exames em locais sem serviços laboratoriais.

O trabalho é realizado por meio dos projetos Estação de microusinagem com sistema laser de Ti: safira de femtossegundos amplificado” e “Sistema microfluídico completo”, ambos com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) por meio do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU).

lab-on-a-chip (LOC) possibilitará o manuseio de volumes muito baixos de fluidos diversos, na ordem de nanolitros – a bilionésima parte de 1 litro. Microcanais do dispositivo transportarão e manipularão os fluidos, integrando processos químicos e bioquímicos nos microssistemas de análises automatizados do LOC.

“Isso simplificará os diagnósticos médicos por dispensar toda a estrutura necessária aos métodos tradicionais, diminuindo custos e ampliando o alcance do serviço, ao mesmo tempo em que aprimorará a precisão das análises e o estudo de processos celulares complexos”, disse o pesquisador Dr. Wagner de Rossi, coordenador do projeto e pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) do Ipen, à Agência FAPESP.

A tecnologia que poderá levar ao desenvolvimento do dispositivo será desenvolvida por meio da microusinagem com laser de femtossegundos, tipo de fabricação que utiliza tecnologia de precisão para produzir micropeças com dimensões muito pequenas.

“Essa e outras inovações podem ser proporcionadas pelo surgimento de equipamentos cada vez menores e mais leves, trazendo várias vantagens competitivas para setores como a medicina e a engenharia, por exemplo”, disse Rossi.

Rossi também coordena o Projeto Temático “Microusinagem com laser de pulsos ultracurtos aplicada na produção e controle de circuitos optofluídicos”, com apoio da FAPESP, que tem o objetivo de desenvolver no Brasil a capacidade de processar materiais com lasers de pulsos ultracurtos para diversas aplicações.

Diagnóstico de toxoplasmose

De acordo com Rossi, entre as primeiras aplicações do projeto estarão a realização de ensaios imunológicos e a produção de radiofármacos, começando pelo [18F]FDG, substância fundamental para a tomografia PET, método mais moderno para a detecção de cânceres e outras doenças.

“O Ipen foi pioneiro na produção desse radiofármaco, mas o processo completo de síntese tal como é feito hoje, envolvendo 16 etapas, poderá ser otimizado se realizado em circuitos microfluídicos”, afirmou.

Para isso, o Centro de Radiofarmácia do Ipen fornecerá os insumos necessários aos testes e fará o controle da análise dos resultados obtidos.

A tecnologia também poderá ser utilizada no desenvolvimento de uma plataforma para diagnóstico de toxoplasmose. “Um sistema microfluídico resultará em uma plataforma de dimensões tão reduzidas que poderá encurtar consideravelmente o consumo de reagentes e o tempo de processamento das análises que, no ensaio imunoenzimático tradicional, leva horas”, disse Rossi.

Ainda de acordo com o pesquisador, lab-on-a-chip poderá ser adaptado para ser utilizado em conjunto com smartphones, ampliando seu alcance.

“As reações físico-químicas das amostras no microchip poderão ser transmitidas pelo celular a centros de referência para análises e diagnósticos mais complexos”, disse.

Além da FAPESP, as pesquisas têm apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Fonte: Diogo Freire, Agência FAPESP. Imagem: Dr. Wagner de Rossi.

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