Notícia
INCA promove ações de controle para o câncer de mama
Instituto destaca a importância da autopalpação na prevenção da doença
Shutterstock (adaptado)
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila. A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 12,10 óbitos/100.000 mulheres em 2012. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 13,61 e 13,42 óbitos/100.000 mulheres em 2012, respectivamente.
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA)desenvolve ações de controle para o câncer de mama na promoção de saúde, prevenção, detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos. Essas intervenções ajudam a oferecer práticas que possibilitem uma melhora na qualidade de vida e no controle da doença e seus agravantes.
Dentre as ações preventivas, destaca-se a monitorização de fatores de risco conhecidos como aqueles relacionados ao estilo de vida: obesidade pós-menopausa, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e terapia de reposição hormonal. Estes são os fatores de risco modificáveis. Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. O INCA produziu um documento para auxiliar neste quesito.
A detecção precoce do câncer de mama deve ser realizada nos estágios iniciais, quando as lesões são menores de dois centímetros de diâmetro e a doença apresenta prognóstico mais favorável com elevado percentual de cura. A orientação é que a mulher realize a autopalpação das mamas sempre que se sentir confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem nenhuma recomendação de técnica específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. É necessário que a mulher seja estimulada a procurar esclarecimento médico sempre que houver dúvida em relação aos achados da autopalpação das mamas e a participar das ações de detecção precoce do câncer de mama. A maior parte das mulheres com câncer de mama identifica o câncer por meio da palpação ocasional em comparação com o autoexame (aproximadamente 65% das mulheres identificam o câncer de mama ao acaso e 35% por meio do autoexame).
O rastreamento é uma estratégia dirigida às mulheres na faixa etária em que o balanço entre benefícios e riscos da prática é mais favorável, com maior impacto na redução da mortalidade.
No Brasil, a mamografia é o método preconizado para o rastreamento de rotina, sendo recomendada para as mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. O impacto do rastreamento mamográfico na redução da mortalidade por câncer de mama pode chegar a 25% . O acompanhamento clínico individualizado deve ser realizado naquelas mulheres com risco elevado, a saber:: história familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau antes dos 50 anos ou de câncer bilateral ou de ovário em qualquer idade; história familiar de câncer de mama masculino e diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.
As modalidades para o tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:
1) terapia local: cirurgia e radioterapia;
2) tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas, bem como das condições da paciente (idade, status menopausal, comorbidades e preferências). O prognóstico do câncer de mama depende da extensão da doença (estadiamento). Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. Quando há evidências de metástases (doença já espalhada), o tratamento tem por objetivos principais prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.
Os cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Devem incluir as investigações necessárias para o melhor entendimento e manejo de complicações e sintomas estressantes tanto relacionados ao tratamento quanto à evolução da doença, principalmente naqueles casos em estágio avançado da doença.
Os princípios para os cuidados paliativos são:
- Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, anorexia, dispneia e outras emergências oncológicas.
- Reafirmar vida e morte como processos naturais.
- Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente.
- Não apressar ou adiar a morte.
- Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio ambiente.
- Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte.
- Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto.
Com essas ações de controle, o INCA fornece à população informações claras, consistentes e culturalmente apropriadas sobre a atuação na perspectiva de promoção da qualidade de vida e redução da mortalidade nas portadoras de câncer de mama no Brasil.
Fonte: INCA. Imagem: adaptada de Shutterstock.
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