Notícia
Implante de marca-passo em crianças e adolescentes chagásicos
Bloqueios atrioventriculares de segundo e terceiro graus são as principais indicações
The Heart.org, Medscape
Fonte
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Data
terça-feira, 13 junho 2017 15:45
Áreas
Cardiologia. Cirurgia Cardíaca. Bioeletrônica. Engenharia Biomédica.
Estima-se que existam entre 2,9 e 7,2 milhões de pessoas com doença de Chagas no Brasil e que a doença seja responsável por cerca de seis mil mortes anualmente. Conforme dados do Registro Brasileiro de Marca-passo (RBM), a doença de Chagas historicamente tem sido responsável por 25% a 30% de todas as indicações de estimulação cardíaca no país.
Além do contágio por meio das fezes infectadas dos triatomíneos hematófagos, o Trypanosoma cruzi pode ser transmitido por transfusão de sangue, transplante de órgãos, consumo de alimentos ou bebidas contaminados e de mãe para filho. Com a melhora do controle do inseto vetor e da transmissão por via transfusional, a transmissão congênita se tornou a mais importante forma de contágio na maioria das áreas endêmicas. A prevalência da infecção pelo T. cruzi em gestantes pode variar entre 1% e 40% e a taxa de transmissão congênita alcança até 28,6%. A maioria dos casos de infecção congênita pelo T. cruzi são assintomáticos, entretanto ela pode resultar em parto prematuro, baixo peso ao nascer, natimortos e manifestações clínicas da doença de Chagas ao nascimento.
Pesquisadores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, publicaram um artigo na edição de junho de 2017 na revista científica Arquivos Brasileiros de Cardiologia para estudar as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes menores de 18 anos portadores de doença de Chagas submetidos a implante de marca-passo no território brasileiro entre 1994 e 2011, e sua tendência ao logo do tempo. Ao longo do período analisado foram identificados 214 implantes de dispositivos de estimulação cardíaca em portadores de doença de Chagas com idade inferior a 18 anos.
A média de idade no momento do implante foi de 5,6 ± 6,2 anos, com predominância na região Sudeste (55% dos casos). Bloqueios atrioventriculares de 2º e 3º graus foram responsáveis por 71% das indicações. Nas últimas duas décadas, houve uma redução importante do número de implantes de marca-passo em crianças e adolescente chagásicos, o que sugere uma redução da transmissão vertical do parasita, devido ao melhor controle de todas as formas de transmissão da doença de Chagas.
Acesse o artigo científico completo.
Fonte: Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Imagem: The Heart.org, Medscape.
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