Notícia
Identificado mecanismo celular chave que desencadeia a pneumonia em humanos
Estudo mostrou que vírus da gripe prejudica ação imune, principalmente de monócitos, contra a bactéria da pneumonia
Shuttertsock
Fonte
Agência Fapesp
Data
segunda-feira, 29 outubro 2018 17:15
Áreas
Medicina. Imunologia. Saúde Pública. Bioinformática.
A situação é relativamente comum, sobretudo no inverno. Primeiro surge uma gripe que não passa. Dias depois, a doença evolui para uma pneumonia.
A relação entre gripe e pneumonia, observada por profissionais de saúde, teve agora seus mecanismos genéticos e celulares descritos por meio de estudo realizado com voluntários no Reino Unido.
Publicado na revista científica Nature Immunology, o artigo descreve pela primeira vez um mecanismo celular chave que controla a proliferação e o consequente transporte do pneumococo – a bactéria causadora da pneumonia – do nariz para o pulmão do paciente. Observou-se também que, em humanos, a inflamação causada pelo vírus da gripe prejudica a resposta imune inata no controle do pneumococo.
O estudo, realizado por cientistas do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) – e da Faculdade de Medicina Tropical de Liverpool (Reino Unido), contou com o apoio da Fundação Bill e Melinda Gates, do Medical Research Council do Reino Unido, da Fapesp e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
“A partir do entendimento e análise dos mecanismos celulares, genéticos e da resposta imune foi possível comprovar que as mortes associadas com a gripe estão mais ligadas à pneumonia que segue uma gripe do que à gripe em si”, disse o Dr. Helder Nakaya, pesquisador do CRID e um dos autores do artigo.
Isso porque, conforme observado no estudo, o vírus da gripe silencia a resposta imune inata, principalmente a ação dos monócitos, leucócitos responsáveis por expulsar corpos estranhos como vírus e bactérias.
Para chegar a essa conclusão, o grupo de pesquisadores convocou voluntários a serem infectados com o vírus atenuado da gripe e o pneumococo. O procedimento é permitido no Reino Unido e, durante o estudo controlado com o vírus atenuado, nenhum voluntário teve pneumonia efetivamente.
No lado brasileiro do estudo, foram analisados e interpretados dados genéticos e celulares a partir da ferramenta de bioinformática CEMiTool, desenvolvida na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) com apoio da FAPESP por meio do programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.
“Com a ferramenta, foi possível analisar a interação dos diversos genes entre eles e em um número muito grande de amostras, uma vez que contamos com 140 voluntários no estudo”, disse o Dr. Helder Nakaya.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Agência Fapesp.
Fonte: Maria Fernanda Ziegler, Agência Fapesp. Imagem: Shutterstock.
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