Notícia

Hormônio sintético dienogest pode reduzir tamanho e dor de cisto ovariano

Novo estudo reafirma a segurança, tolerabilidade e eficácia do fármaco. Efeitos de longo prazo sobre a Densidade Mineral Óssea ainda precisam ser estudados

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Fonte

Revista “Clinical and Experimental Reproductive Medicine” e Revista Femina

Data

segunda-feira, 13 fevereiro 2017 21:20

Áreas

Ginecologia. Saúde da Mulher. Farmácia. Farmacologia.

O uso a longo prazo do hormônio sintético dienogeste mostrou-se eficaz no tratamento da dor relacionada à endometriose e na redução do tamanho dos cistos ovarianos (endometrioma), segundo um estudo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Ulsan, na Coréia do Sul.

A pesquisa “Eficácia e segurança do dienogeste em pacientes com endometriose: um estudo observacional de centro único durante 12 meses” foi publicada na edição de dezembro de 2016 da revista científica Clinical and Experimental Reproductive Medicine.

O dienogeste (DNG) é um novo progestágeno aprovado em numerosos países europeus, Japão e em alguns países latino-americanos, como tratamento da endometriose na dose de 2 mg/dia por via oral. No Brasil, a Anvisa aprovou a comercialização do DNG (AllureneTM) em janeiro de 2015.

Os pesquisadores avaliaram a segurança e a eficácia da dose de 2 mg de DNG administrado uma vez por dia durante pelo menos 12 meses em 188 mulheres coreanas com endometriose.

Eles analisaram as alterações na dor associada à endometriose, o tamanho do endometrioma, a taxa de recorrência e os eventos adversos do DNG. Nos casos em que o DNG foi administrado com mais de 18 meses, a equipe também analisou a densidade mineral óssea dos pacientes.

A análise mostrou uma redução significativa na dor associada à endometriose 12 meses após o início da terapia com o fármaco. Em mulheres com endometrioma recorrente, as medições de 12 e 18 meses indicaram que o DNG levou a uma diminuição significativa no tamanho do endometrioma.

Sangue na urina foi o efeito adverso mais comum nos pacientes que usaram o medicamento, mas afetou apenas 3,2% das pacientes. Em geral, outros eventos adversos foram toleráveis.

Os resultados sugerem que o tratamento a longo prazo com DNG é seguro e pode ser tolerado, e reduziu significativamente a dor associada à endometriose e o tamanho do endometrioma recorrente.

Vinte por cento das mulheres tratadas com DNG durante 18 meses ou mais mostraram menor densidade mineral óssea (DMO) do que o esperado para a sua idade. “Portanto, parece necessário verificar a DMO em mulheres que tomam DNG por mais tempo”, concluíram os pesquisadores.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Revisão de pesquisadores brasileiros

Os pesquisadores Dr. Luís Bahamondes, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, e Dr. Aroldo Fernando Camargos, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já tinham publicado em 2012 um artigo de revisão na Revista Femina, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), indicando o DNG como uma nova opção terapêutica para a endometriose.

Após analisar vários trabalhos publicados na literatura científica à época, os pesquisadores concluíram que “além da qualidade de vida ter melhorado durante o tratamento com DNG, observou-se que esse efeito permaneceu após a interrupção do uso do medicamento por até seis meses. Entretanto, houve eventos adversos durante o uso. Entre eles, podemos apontar metrorragia (71,9%), cefaleia (18,5%), constipação (10,4%), desconforto mamário (4,2%), enjoo (3,0%) e irritabilidade (2,4%). Porém, esses eventos tiveram intensidade mínima ou moderada em 92,5% dos casos. Embora o sangramento tenha reduzido com o passar do tempo de tratamento, houve mulheres com queixa de irregularidade menstrual, o que é comum a todo tratamento com progestágenos sem associação com estrogênios, porém com descontinuações por eventos adversos entre 1 e 2%. Quatro a seis semanas pós-descontinuação os ciclos menstruais retornaram ao basal. A satisfação das pacientes no fim dos estudos pode ser avaliada pelo fato de que 88% delas referiram que estavam dispostas a usar DNG novamente. Embora o DNG tenha sido avaliado em longo prazo, ainda são necessários mais anos de exposição à droga para tirar conclusões definitivas. Os trabalhos discutidos nesta revisão permitem afirmar que o progestagênio é efetivo no tratamento da endometriose, mas ainda são necessários maiores estudos para avaliar seu uso por vários anos.”

O estudo coreano, mais recente, corrobora as conclusões deste estudo de 2012.

Acesse o artigo de revisão da Revista Femina.

 

Atenção: esta notícia tem apenas caráter informativo. Consulte sempre seu médico antes de tomar qualquer tipo de medicação. A auto-medicação pode trazer sérios riscos à saúde.

Fonte: Revista “Clinical and Experimental Reproductive Medicine” e Revista Femina. Imagem: Shutterstock.

 

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