Notícia

Hipotireoidismo subclínico em idosos

Wikimedia Commons

Fonte

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Data

terça-feira, 29 agosto 2017 14:50

Áreas

Endocrinologia. Metabologia. Saúde do idoso.

A partir da terceira idade, as doenças tireoidianas se tornam mais comuns, seja em relação ao funcionamento quanto o aparecimento de nódulos. Dentre as alterações da tireoide, a mais comum é o hipotireoidismo, caracterizado pela diminuição da produção do hormônio tireoidiano (T4). Entre os idosos estima-se que cerca de 20% apresentem a doença, apesar de a maioria ser a forma mais leve dela. Nessa faixa etária ocorre um aumento na frequência da produção de anticorpos, que agem como agressor à glândula tireoidiana, causando a tireoidite autoimune. O hipotireoidismo subclínico (HSC) é definido como o achado de valores de TSH (hormônio estimulante da tireoide) acima do limite superior de referência do exame, com uma tiroxina sérica livre (T4L) normal.

As causas mais comuns da HSC no idoso são: tireoidite autoimune crônica (doença de Hashimoto) com níveis séricos positivos de anticorpos anti-tireoperoxidase (ATPO) e/ou anticorpos anti-tireoglobulina (AATG); cirurgia para doença de Graves; uso do iodo radioativo (131I); história de irradiação cervical, tireoidite pós-parto e doenças autoimunes (especialmente diabetes mellitus tipo I), tratamento com amiodarona, lítio ou moduladores da resposta imunológica, convalescença de doença (não tireoidiana) grave, insuficiência renal crônica (IRC), falência adrenal primária, elevação de TSH devido à presença na circulação de anticorpos.

Os principais sintomas são: fadiga e fraqueza, intolerância ao frio, dispneia aos esforços, ganho de peso, disfunção cognitiva, constipação, lentificação da fala e dos movimentos, atraso no relaxamento dos reflexos tendíneos, bradicardia e hipercarotenemia. Podem também ocorrer pele seca, rouquidão, edema, perda de sobrancelhas, edema periorbital ,macroglossia, perda auditiva, mialgia, parestesia, depressão, menorragia, artralgia, hipertensão diastólica, derrame pleural e pericárdico, ascite e galactorreia.

O diagnóstico é essencialmente laboratorial e definido como um TSH acima do limite superior de referência (0,45-4,5 mIU/L) com um T4L normal (0,8-2 ng/dL ou 10-25 pmol/L).

O tratamento envolve a terapia com levotiroxina. Quando não tratado no idoso, o hipotireoidismo causa demência reversível e depressão, contribuindo para o aumento da pressão arterial, do colesterol e do risco de problemas cardíacos. Pesquisadores da Universidade Positivo de Curitiba publicaram um artigo na Revista Brasileira de Clínica Médica sobre o tema.

Acesse o artigo científico.

Durante o Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia, que aconteceu entre os dias 16 e 19 de agosto em Fortaleza/CE, o Dr. Joaquim Custódio deu uma entrevista sobre o hipotireoidismo em idosos ao portal da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), abordando principalmente o tratamento e como o paciente deve ficar atento aos sinais.

Acesse o áudio da entrevista no portal da SBEM.

Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Imagem: Wikimedia Commons.

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