Notícia

Hipodermóclise e a administração de medicamentos por via subcutânea

Um método antigo para um novo cuidado

ivulgação, HC-FMRP/USP

Fonte

HC-FMRP/USP e revista Prática Hospitalar

Data

quarta-feira, 4 maio 2016 11:15

Áreas

Enfermagem.

Na rotina de um atendimento, um paciente será submetido a várias etapas: a espera pela consulta, a dúvida pelo diagnóstico correto e a ansiedade pela resposta ao tratamento. Dentro desse processo, uma etapa que a princípio pode ser simples e corriqueira, tem potencial de ser estressante tanto para o paciente e seus entes queridos, quanto para a equipe de saúde: a punção de um acesso venoso.

A via endovenosa é amplamente utilizada para a administração de inúmeros tipos de tratamentos, desde um simples analgésico até o transplante de medula óssea. É uma prática desenvolvida por médicos e enfermeiros desde a graduação e aprimorada ao longo de suas vidas profissionais.

O termo “pegar uma veia” é uma rotina em qualquer serviço de saúde. Ocorre que, por várias razões, alguns pacientes irão apresentar dificuldades para a punção de um acesso venoso periférico. É nestas ocasiões que a dificuldade na punção se torna uma angústia para todos os envolvidos, gerando desgaste físico e emocional  e  ansiedade da equipe, pela dificuldade da obtenção de novo acesso.

Uma via alternativa para esta situação é a hipodermóclise, um método de punção com relatos que datam de 1865. A hipodermóclise em ambiente hospitalar ganhou notoriedade para tratamento de pacientes desidratados em 1903, quando a técnica foi demonstrada na Convenção da Sociedade de Superintendentes em Pittsburg, Estados Unidos, com base em experiências realizadas em pacientes com desidratação, febre tifoide ou pneumonia. Apesar do nome complexo, a hipodermóclise é basicamente a administração lenta de medicamentos e ou soluções isotônicas através do tecido subcutâneo.

Quando o medicamento é aplicado no tecido subcutâneo, é absorvido pelos pequenos vasos existentes no local que transportam o medicamento para a grande circulação, controlando eficazmente os sintomas a serem controlados. Está técnica tem mais de 100 anos e chegou a ser amplamente utilizada até a década de 40, quanto foi abolida com o crescimento dos tratamentos intensivos. Na década de 70, gradativamente voltou a ser utilizada em países desenvolvidos, especialmente em pacientes em Cuidados Paliativos. No Brasil, seu uso vem sendo difundindo lentamente nos últimos 10 anos.

Conforto e baixo custo

As vantagens são várias. A técnica proporciona maior conforto aos pacientes, baixo custo, com inserção simples. A hipodermóclise é indicada tanto uso domiciliar, quanto hospitalar, e pode ser instalada pela equipe de enfermagem em vários locais de atenção a saúde.

Em cuidados paliativos, a técnica não está restrita somente a este perfil de atendimento, sendo indicada também para qualquer paciente que apresente dificuldade no acesso venoso, como crianças e idosos. Vários tipos de medicamentos podem ser administrados, desde analgésicos simples até antibióticos, tendo com base ampla literatura científica internacional, que comprova sua segurança e eficácia. As contraindicações são poucas sendo que a hipodermóclise não é indicada, por exemplo, em situações de emergência, insuficiência cardíaca congestiva, edema grave, desidratação grave e risco de congestão pulmonar.

No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP), por exemplo, a hipodermóclise foi implantada oficialmente em janeiro de 2016. Para sua implementação, houve o auxílio da Comissão de Educação Continuada da Divisão de Enfermagem e o apoio do Departamento de Atenção à Saúde. Nos próximos meses, as equipes envolvidas pretendem capacitar médicos, enfermeiros, técnicos e assistentes de enfermagem; ampliando assim o uso da hipodermóclise.

Leia mais sobre a hipodermóclise

Um artigo científico bastante esclarecedor sobre a hipodermóclise foi publicado pela Profa. Dra. Karine Azevedo, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e pela enfermeira Ana Cláudia Santos, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) na revista Prática Hospitalar. No artigo, as enfermeiras destacam os princípios da administração subcutânea, indicações e contraindicações, os procedimentos para a administração de fármacos, locais de punção, tempo de permanência e apresentam uma tabela com os medicamentos que podem ser administrados por via subcutânea e hipodermóclise.

Acesse o artigo completo.

Fonte: HC-FMRP/USP e revista Prática Hospitalar. Imagem: Divulgação.

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