Notícia

Gravidez: mulheres com Síndrome de Asherman e Atrofia Endometrial têm nova esperança para serem mães

Estudo científico revela que uso de células tronco da medula óssea pode ajudar pacientes a conceber

Pixabay

Fonte

Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba) e Human Reproduction.

Data

sábado, 14 maio 2016 17:25

Áreas

Ginecologia e Obstetrícia. Saúde da Mulher.

Liderado pelos especialistas em fertilidade Prof. Dr. Carlos Simon e Prof. Dr. Xavier Santamaria da Fundação IVI, estudo publicado recentemente demonstrou pela primeira vez que a terapia de transplante autólogo, usando sangue periférico autólogo (CD133+) derivado das células-tronco da própria paciente (BMDSC) pode melhorar de forma significativa desordens menstruais e causas de infertilidade como a Síndrome de Asherman (AS) e Atrofia Endometrial (EA).

A terapia de transplante autólogo (Autologous Stem Cell Therapy) envolve células-tronco coletadas no sangue da própria paciente, que é tratado e injetado nas pequenas artérias do útero com o objetivo de reativar o endométrio, que é a parede interna do útero, essencial para que a gravidez aconteça.

Síndrome de Asherman é uma condição uterina caracterizada por aderências fibrosas que causam problemas como aborto e infertilidade. Esta Síndrome está presente em 5% da população mundial feminina e pode ser diagnosticada através da histeroscopia.

Atrofia Endometrial é outra condição uterina também conhecida como “endométrio fino”, caracterizada quando o tecido endometrial tem uma espessura menor que 5mm, causando sérias dificuldades para conceber. Muitos tratamentos até hoje foram adotados para tratar o endométrio fino, mas nenhuma de forma efetiva. Entre 0,6-0,8% das mulheres em tratamentos de reprodução assistida têm atrofia endometrial.

O estudo realizado envolveu mulheres de 30 a 45 anos afetadas pela Síndrome de Asherman e Atrofia Endometrial. Antes de dar início à pesquisa, cada paciente realizou uma série de testes para medir a espessura do endométrio e mapeamento dos níveis de aderências intrauterinas. Os testes foram repetidos após 3 meses e então foi aplicada a terapia genética de transplante autólogo. O processo foi repetido após 6 meses.

Os resultados demonstraram que quase todas as pacientes que receberam o tratamento apresentaram melhoras em sua cavidade uterina após 2 meses de terapia. Além disso, a espessura endometrial foi de 4,3mm para 6,7mm. Como resultado até o momento, dois bebês já nasceram.

O estudo demonstrou a segurança da Terapia de Transplante Autólogo de Células-tronco, sendo esta a primeira fase do estudo. A fase dois é conseguir que as mulheres portadoras de AS e EA, condições que não têm cura, consigam obter a gravidez espontânea, ou seja, de forma natural.

Falando sobre os resultados do estudo, o Professor Carlos Simon explica:  “A Síndrome de Asherman se caracteriza pela presença de adesões intrauterinas e a Atrofia endometrial impede o espessamento do endométrio, que fica mais fino que 5mm. As duas patologias trazem como consequência desordens menstruais e infertilidade. Muitas terapias foram testadas no passado, mas nenhuma com resultados efetivos como os que alcançamos com esta terapia genética. Considerando que a Síndrome de Asherman e a Atrofia Endometrial são condições sem cura, os resultados desse estudo são muito significativos”.

Sobre a Fundação IVI

A Fundação IVI é a primeira fundação espanhola dedicada à investigação aplicada na área de reprodução humana que oferece um serviço que é científico, educacional e social. É parte do parque científico de ciência e tecnologia da Universidade de Valência, sendo também é o departamento de pesquisa científica do grupo IVI.

Sobre o estudo

Título – ‘Autologous cell therapy with CD133+ bone marrow-derived stem cells in refractory Asherman’s syndrome and endometrial atrophy: a pilot cohort study.’

Amostra – 18 pacientes entre 30-45 anos com diagnóstico de Síndrome de Asherman ou de Atrofia Endometrial.

Sobre o IVI

Com sede em Valência, na Espanha, o Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) iniciou suas atividades em 1990. Possui mais de 50 clínicas em 11 países, incluindo Brasil, e é líder em medicina reprodutiva. O grupo conta com uma Fundação, um programa de Docência e Carreira Universitária.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Fonte: Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba) e revista Human Reproduction: Imagem: Pixabay.

 

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