Notícia
Fisioterapia vascular no tratamento da doença venosa crônica
Novo estudo mostra os benefícios da fisioterapia nas lesões venosas
Getty Images
Fonte
Jornal Vascular Brasileiro
Data
quinta-feira, 29 outubro 2015 20:00
Áreas
Fisioterapia. Biomecânica. Sistema Circulatório.
A doença venosa crônica (DVC) é ocasionada pelo mau funcionamento de algumas válvulas, associado ou não à obstrução do fluxo venoso, podendo alterar o sistema venoso superficial e também o profundo. A DVC tem como condição de base a hipertensão venosa.
A fisioterapia vascular pode auxiliar a prevenir o agravamento das lesões secundárias às disfunções venosas; promover a saúde dos membros afetados; facilitar o tratamento desta alteração vascular e melhorar o funcionamento e condicionamento circulatórios, evitando, assim, a perda funcional do indivíduo e minimizando as consequências clínicas da DVC.
Os exercícios terapêuticos são efetivos no tratamento da DVC. No âmbito dos exercícios neuromusculares, o treinamento da musculatura da panturrilha é colocado em evidência como uma atividade capaz de diminuir o refluxo sanguíneo e aprimorar a competência das veias, causando redução dos desconfortos e malefícios promovidos por tal afecção. O programa terapêutico da fisioterapia vascular para a DVC, conhecido como cinesioterapia vascular é constituído de três fases: aquecimento, treinamento e relaxamento. A primeira fase (aquecimento) tem como objetivos aumentar o fluxo sanguíneo muscular, o consumo de oxigênio basal e proporcionar efeitos psicológicos que se manifestam principalmente como sensação de preparação. A fase de treinamento pode ser realizada através de exercícios resistidos, proporcionando melhora na ejeção do volume venoso e no aumento da resistência muscular da panturrilha, como também consequente aumento no desempenho das atividades da vida diária. Podem ainda ser realizados exercícios aeróbicos para produzir um maior aproveitamento da panturrilha, facilitando retorno venoso e promovendo melhor mobilização das articulações metatarsofalangeanas e talocrural. Para finalizar o programa, torna-se necessário o relaxamento, para uma desaceleração gradual na intensidade do exercício, resultando em diminuição dos estímulos nervosos simpáticos e aumento dos parassimpáticos, ocorrendo vasoconstricção periférica, em que se pode utilizar a Drenagem Linfática Manual (DLM). Esta é uma técnica não invasiva, benéfica terapeuticamente ao promover o relaxamento do indivíduo, ajuda a reduzir a estase sanguínea e incentiva o retorno venoso, proporcionando a desintoxicação do tecido intersticial, como também a melhora da oxigenação e da nutrição celular.
A fisioterapeuta Flávia de Jesus Leal e colaboradoras da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL em Maceió, Alagoas, publicaram na edição de setembro (Vol.14, n.3, p: 224-230) do Jornal Vascular Brasileiro um estudo sobre a eficácia produzida pelos exercícios terapêuticos e pela drenagem linfática manual (DLM) em pacientes portadores de DVC.
O estudo piloto foi prospectivo longitudinal, avaliou dez pacientes com DVC, média de idade 43,1 anos (variando de 24 a 52 anos) com classificação Clinical Manifestations, Etiologic Factors, Anatomic Distribution of Disease, Pathophysiologic Findings CEAP (1-5), que responderam aos questionários de qualidade de vida (QV) SF-36 e versão brasileira do Aberdeen Varicose Veins Questionnaire (AVVQ), sendo submetidos a pletismografia a água e goniometria dos membros inferiores. Finalizada a avaliação inicial, receberam tratamento fisioterapêutico vascular, com exercícios terapêuticos e DLM, em dez sessões de 60 minutos. Após tratamento, foram novamente avaliadas pela aplicação dos questionários iniciais e realização dos métodos de mensuração volumétrica e de amplitude de movimento articular (ADM). Como resultado, todos as pacientes encontravam-se sem queixas. A ADM e a QV apresentaram melhora significativa, assim como a regressão do inchaço, após a intervenção da fisioterapia vascular.
Fonte: Jornal Vascular Brasileiro. Imagem: Getty Images.
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